Fundos barateiam taxas de crédito a participantes | Diante da que...

Newton Carneiro da CunhaEdição 241

 

Seguindo a tendência de queda dos juros na ponta final do consumo, iniciada pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil e que vem sendo seguida lentamente pelas demais instituições privadas, também os fundos de pensão estão barateando os empréstimos aos participantes. É o caso da Fundação Forluminas de Seguridade Social (Forluz), patrocinada pela Cemig, que reduziu a taxa anual do empréstimo aos participantes de 7% para 6,5% mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo com as reduções das taxas, o diretor de Seguridade e Gestão da Forluz, José Ribeiro Pena Neto, explica que o retorno da carteira de empréstimos continua adequado para bater as metas atuariais dos planos.

Segundo Pena Neto, o fundo optou por uma medida adequada e equilibrada, com margem de ganho também para o associado. “Mantemos o spread das taxas praticadas pelo mercado e mesmo assim vamos continuar ganhando mais do que se aplicarmos em outros artigos de renda fixa”, diz.

Para ele, com a Selic cortando as taxas de juros, nada mais natural do que repassar a redução para o tomador final. Neto afirma que não haverá revisão de contratos antigos. O prazo máximo para quitação dos contratos já havia sido estendido, em outubro do ano passado, de 7 para 10 anos.

A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, embora não tenha reduzido suas taxas de empréstimo aos participantes que continuam no patamar de 0,59% ao mês, promoveu um aumento nos seus limite de empréstimo e nos prazos de pagamento. De acordo com o diretor administrativo e financeiro da Petros, Newton Carneiro da Cunha, os limites subiram em julho de R$ 100 mil para R$ 110 mil e os prazos passaram de 84 para 120 meses para participantes com até 80 anos nos planos BD e Petros-2. Para participantes com mais de 80 anos, o prazo permaneceu em 84 meses.

A  entidade informou que não alterou suas taxas porque elas  já estava m com juros acessíveis (0,59%).

Ainda segundo Carneiro da Cunha, as taxas de juros praticadas pela Petros já estão muito próximas da meta atuarial da fundação. “A concessão de empréstimos é uma atividade muito importante para nós”, diz. “São cerca de 5 mil contratos, comprometem apenas 2% dos recursos da fundação, dos 8% que a legislação permite”, explica.

Outra que implementou mudanças nessa área foi a Metrus, fundo de pensão dos funcionários do Metrô paulista. A fundação reduziu suas taxas de 1,3% para 1,1% ao mês para pagamentos em até 60 meses. Para 72 meses, a taxa ficou em 1,2% ao mês e 1,3% para 84 meses. Segundo o diretor-presidente da fundação, Fábio Mazzeo, a medida ajudará a trazer novos participantes interessados nos empréstimos para quitar dívidas de cartão de crédito, empréstimos consignados ou renegociar antigos acordos.

Mazzeo avalia que, mesmo com o corte das taxas, a carteira de empréstimos continua sendo um dos melhores investimentos da casa, além de estar alinhado com a realidade do mercado. “Os novos cálculos nos garantem taxas de 14,03% ao ano. Melhor que qualquer investimento e já incluímos uma eventual inadimplência, apesar de o risco ser muito baixo”, afirma. Alguns contratos preveem que seja cobrado dos associados as parcelas devedoras já na folha de pagamento do solicitante, tornando a movimentação ainda mais segura e positiva para o fundo.

Os limites também aumentaram para os participantes da Metrus, agora quem já tiver efetuado até 60 contribuições básicas pode tomar emprestado até sete salários mínimos. As parcelas em aberto de empréstimos já concedidos serão recalculadas automaticamente a partir das novas regras.

Desde agosto, quando as novas medidas foram aprovadas pela conselho deliberativo, a fundação emprestou R$ 10 milhões e trabalha com expectativas de crescer mais 50% até dezembro deste ano. Atualmente, o Metrus trabalha com R$ 71,2 milhões em empréstimos, são 4 mil contratos.