Investimentos de impacto na pauta dos fundos de pensão japoneses

A decisão do Government Pension Investment Fund do Japão, o maior fundo de pensão do mundo, com cerca de US$ 1,8 trilhão (R$ 9,6 trilhões) em ativos, de adotar uma política de investimentos de impacto tem influenciado outros fundos de pensão japoneses nessa direção. Desde que o GPIF anunciou a estratégia, em março, pelo menos quatro outras entidades do país já fizeram o mesmo.

O governo japonês apoia a iniciativa, enxergando nos investimentos de impacto uma forma de enfrentar desafios estruturais do país — como o envelhecimento populacional e a desigualdade de gênero. O presidente do GPIF, Kazuto Uchida, acredita que investimentos com foco ambiental e social podem ajudar a impulsionar o crescimento econômico do Japão e fortalecer seu mercado de capitais.

A tendência é que o fundo inaugure a estratégia investindo em ações listadas em bolsas. A nova abordagem do GPIF deve priorizar empresas de setores como clima, saúde, bem-estar e inclusão, inicialmente. Os investimentos de impacto devem gerar retorno financeiro mas também resultados sociais ou ambientais mensuráveis. O montante e a data para iniciar as aplicações ainda não foram definidos pelo GPIF.

O movimento do fundo de pensão japonês se soma a uma tendência global. Na Europa, o holandês ABP, maior fundo de pensão do continente, pretende destinar 30 bilhões de euros (R$ 188 bilhões) a esse tipo de investimento até o fim da década, enquanto o PGGM, também holandês, já reformulou sua estratégia para incluir investimentos de impacto na sua carteira.

Segundo a organização Global Impact Investing Network (GIIN), os ativos ligados à estratégia já atingem US$ 1,6 trilhão (R$ 8,5 trilhões) globalmente. No Japão, o volume cresceu 150% em um ano, alcançando US$ 117 bilhões (R$ 625 bilhões), refletindo o avanço da agenda no país.