Fukunaga renuncia à presidência da Previ e BB indica Chiumento

Márcio Chiumento, indicado pelo Banco do Brasil para a presidência da Previ

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, comunicou a renúncia de João Luiz Fukunaga à presidência da entidade, cargo que ocupava desde 2023. Para substituí-lo, o Banco do Brasil já indicou o nome de Márcio Chiumento, que está na diretoria de participações da entidade desde julho do ano passado.

O motivo da renúncia de Fukunaga seria um convite feito pela EloPar, holding criada em 2015 por associação do Banco do Brasil com Bradesco para atuar como controladora de várias empresas de serviços financeiros e de pagamentos, como Alelo, Livelo, Veloe e Cartão Elo, entre outras. Ele irá assumir a diretoria de relações governamentais e ASG da Elopar.

Questionamentos – A passagem de Fukunaga pela presidência da Previ foi marcada por vários questionamentos à sua qualificação para o cargo. De origem sindical, vindo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, sua qualificação foi questionada diretamente por parlamentares oposicionistas ao atual governo e também pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Logo após sua posse, em 2023, o deputado Leonardo Siqueira (Novo-SP) questionou suas habilidades para exercer a presidência da Previ, alegando que ele não tinha “experiência mínima de três anos no exercício de atividades nas áreas financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, de atuária, de previdência ou de audtoria”. A Justiça de Brasília acatou as alegações de Siqueira e afastou Fukunaga do cargo, ao qual ele voltou alguns dias depois por decisão do Tribunal Federal Regional da 1ª Região. O mesmo deputado conseguiu novamente afastá-lo em 2024, mas o mesmo TRF da 1ª Região restituiu-lhe o cargo em alguns dias.

Em março deste ano o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) aprovou requerimento para que Fukunaga comparecesse ao Senado para explicar o déficit acumulado de R$ 17,6 bilhões no Plano 1 da Previ ao final de 2024. Alguns dias depois foi a vez do deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) aprovar pedido semelhante, pedindo o comparecimento de Fukunaga à Câmara dos Deputados para explicar o déficit. E em abril o Tribunal de Contas da União (TCU), com base em auditoria de dois meses feitas na fundação, pediu uma auditoria plena na Previ para investigar as causas do déficit, sugerindo indícios de má gestão.

O déficit, que era conjuntural e determinado pelo desempenho do mercado acionário naquele ano, foi aos poucos sendo absorvido e em agosto deste ano o déficit acumulado do Plano 1 tinha caído para R$ 1,4 bilhão. A melhora da situação do plano foi consequência tanto dos altos prêmios dos títulos públicos nos últimos anos quanto da valorização das bolsas nos últimos meses, além da política de reduzir ou vender participações em empresas, como Vale, Neoenergia e BRF, usando os recursos para comprar NTN-Bs.

Nova direção – Com a indicação de Chiumento para a presidência da entidade, nome que ainda deve ser analisado e aprovado pela Previc, a diretoria de planejamento que ele exercia passará a ser ocupada por Adriana Chagastelles, indicada também pela patrocinadora.

Chiumento chegou à Previ em julho de 2024, indicado pelo BB. Funcionário de carreira do banco desde 2000, já atuou como como ouvidor-geral, head de clientes, estratégia e produtos do segmento setor público, gerente executivo na diretoria de atendimento e canais, gerente de administração na superintendência de varejo, administrador de agências e consultor de investimentos nos segmentos private e alta renda. É formado em direito, mestre em gestão e inovação, e possui MBA em negócios financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Já sua substituta na diretoria de participações, Adriana Chagastelles, é a primeira mulher indicada pela patrocinadora para a diretoria da Previ. Ela está no BB há quase três décadas, tendo atuado em áreas estratégicas como administração imobiliária e secretaria executiva de governança, além de ter passado pelas gerências de participações mobiliárias, mercado de capitais e investimentos estratégicos. É formada em administração de empresas, com mestrado pelo Ibmec e MBA em finanças e direito societário pela FGV.