Fidelity lidera o ranking | A maior gestora de recursos dos EUA s...

Edição 85

A Fidelity Investments, há tempos a maior administradora de recursos dos Estados Unidos, agora lidera também no mundo. De acordo com a pesquisa anual feita pela Pensions&Investments/Watson Wyatt Worldwide, a combinação da queda de 14% do franco suiço frente ao dólar com a redução dos volumes administrados conseguiram derrubar a UBS AG da primeira posição. Além desses dois fatores adversos à UBS AG, a Fidelity conseguiu dar um salto no volume total de recursos que administra, para US$ 1,07 trilhão, enquanto a UBS ficou em US$ 1,06 trilhão. “O crescimento dos ativos da ordem de 37% é enorme para um gigante como a Fidelity”, comenta Philip Robinson, coordenador do estudo na Watson Wyatt.
O total de ativos administrados pelos 500 maiores do mundo apresentou um crescimento de 15% em 1999, para US$ 33,6 trilhões. No geral, muito disso é reflexo da onda de fusões e aquisições ocorridas nessa indústria no ano passado. Pelo menos 35 grandes empresas de asset tiveram mudanças drásticas em sua posição no ranking em decorrência desses processos. Algumas, inclusive, saíram prejudicadas com as reestruturações envolvidas no negócio.
Muitos gestores independentes acabaram diminuindo de tamanho devido aos altos custos legais e administrativos, redução de taxas e a necessidade de fazer grandes investimentos em tecnologia da informação. No entanto, os ativos se valorizaram, compensando em parte essas perdas. Para Robinson, as fusões e aquisições poderiam ter sido mais intensas se os mercados tivessem passado por uma correção.
O crescimento do Fidelity se deve à forte expansão do mercado, aumentando seus negócios relacionados aos planos 401(k) e diversificando sua linha de produtos, conta o diretor operacional da empresa, Robert Reynolds. “Se produtos voltados para crescimento ou valor são favoráveis, então nós temos o produto”, acrescenta. Na opinião do executivo, com o atual nível de volatilidade e de fraca performance dos bônus, o salto das empresas de gestão de recursos leva a crer que elas estão fazendo seu trabalho bem, de modo geral.
A UBS, por sua vez, foi vitimada pela desvalorização do franco suiço e pela baixa performance obtida com a estratégia de investimento em ações, sendo que esse último motivo representou uma queda de nada menos do que US$ 80 bilhões. No total, o decréscimo foi de 7% em 99. Assim, a aquisição da Global Asset Management, ocorrida em setembro, acabou ficando neutralizada. A GAM tinha sob sua gestão, na época, US$ 13,6 bilhões.
Assim como essa firma, várias outras de nacionalidade suiça amargaram redução de volumes com a queda do franco suiço. “Os grandes administradores suiços estão perdendo cada vez mais parcelas do mercado doméstico para gestores estrangeiros”, analisa Robinson, da Watson Wyatt. O Crédit Suisse, por exemplo, caiu de US$ 680 bilhões para US$ 560 bilhões ao longo de 99, passando da quinta para a nona posição no ranking dos maiores do mundo. No entanto, os pequenos gestores suiços obtiveram pequenas fatias do que foi perdido pelos grandes. Nomes como Lombard Odier e Julius Baer Investment Management, cresceram 12,9% e 12%, respectivamente.

Gestores passivos – Os gestores passivos também se deram bem no ano passado. No total, os recursos administrados sob essa modalidade representam 19% do total dos 500 maiores, contra 15% anteriores. O Barclays PLC e o State Street Global Advisors, focados nos produtos indexados, passaram a ocupar a quinta e a sexta posições, respectivamente. Anteriormente, eram o sexto e o sétimo.
O salto nos volumes também foi observado em instituições de outras nacionalidades, como o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria e o Deutsche Bank, como consequência de aquisições de 99. No caso do grupo espanhol, primeiro foi o Argentaria – que deu origem ao novo nome do antigo BBV, seguido da Corporación Bancaria de España e Grupo Financiero Bancomer, do México. O BBVA é o 89º da lista com US$ 103 bilhões em gestão de recursos de terceiros, quando antes era o 169º.
Já o Deutsche ampliou seus volumes em 134%, devido basicamente à aquisição do Bankers Trust, o que o levou a subir do 27º lugar para o 7º lugar no ranking, com ativos da ordem de US$ 589 bilhões. No entanto, os números do banco alemão com o americano mostra um decréscimo de 4% em relação ao ranking anterior.
A fusão de duas subsidiárias, uma londrina e outra escocesa, afetou negativamente a Lloyds TSB, que perdeu mandatos logo após o anúncio, caindo de 72º lugar para 98º, embora individualmente a subsidiária escocesa tenha crescido 9%. “Esse é o motivo pelo qual é importante ter uma boa estratégia de integração nesses processos”, ressalta Robinson.

Japão – No total, o número de gestores independentes foi cortado pela metade, devido às fusões e aquisições. Outro mercado fortemente atingido por elas foi o Japão, que tem nomes como Chuo Mitsui Trust and Banking com US$ 272 bilhões em ativos, ficando em 27º no mundo. No ano passado, ainda, o iene valorizou-se em 10% em relação ao dólar.
Os gestores norte-americanos já detêm pelo menos um terço dos mandatos de administração de recursos naquele país. “Contrariamente a muitos outros mercados, o japonês parece gostar de marcas estrangeiras”, observou Robinson. “É um mercado que está mundando mais do que qualquer outro”, conclui.