Democratização da previdência fechada | Fundo de pensão multipatr...

Renato Follador, do Fundo ParanáEdição 250

 

A entrada do cidadão comum sem associação a qualquer empresa ou fundo instituído na previdência complementar é a aposta que o Fundo Paraná de Previdência Multipatrocinada está implantando para tentar ampliar o número de participantes. O fundo de pensão, criado há 7 anos, garantiu no fim de 2012 a aprovação do Ministério da Previdência Social um novo plano com uma opção de aposentadoria complementar aberta a pessoa física. A iniciativa é considerada pelo presidente da entidade, Renato Follador, uma forma de “democratização” do segmento.

“Qualquer segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ou de regime próprio de previdência e seus familiares podem ingressar no plano, que é do tipo de contribuição definida (CD) com parcela mínima de R$ 50 mensais”, explica o dirigente. Para ele, a novidade representa uma possibilidade de acesso mais democrática e fácil aos fundos de pensão. “Trata-se de um investimento com maior rendimento e que está longe das altas taxas cobradas pelos bancos e seguradoras”, diz.
Hoje o patrimônio do fundo de pensão é de R$ 38 milhões e deve chegar a R$ 50 milhões em dezembro deste ano. Atualmente, conta com 2,7 mil associados que têm seus recursos geridos exclusivamente pela JMalucelli Investimentos, asset que é um braço do conglomerado de mesmo nome. No total, 70 empresas do grupo JMalucceli e outras 15 parceiras têm seus planos administrados pelo fundo.
Os principais planos de benefícios do multipatrocinado vem do Sindicato dos Administradores, da Associação Comercial (ambos do Paraná) e da UniOdonto, maior cooperativa brasileira de dentistas. Só a associação local dos comerciantes detém 200 mil pessoas. O objetivo é que pelo menos 10% deste total faça parte do fundo nos próximos dez anos.
Investimentos – Na gestão dos ativos, o fundo de pensão tem adotado uma postura agressiva desde sua criação. O portfólio vem seguindo a política de investir 50% em renda fixa (títulos públicos) e 50% em renda variável (40% em dividendos e 10% em small caps de companhias da região Sul). A estratégia exige uma gestão ativa devido ao maior fluxo de ingresso de recursos ao fundo se comparado com os pagamentos de benefícios. “Trabalhamos com uma margem de tolerância de quatro pontos percentuais para estabelecer o equilíbrio da carteira. Quando necessário vendemos ou compramos ativos”, diz. O resultado dessas ações reflete um retorno médio de 13% ao ano.
Dentro da cada segmento, Follador conta que o passo mais defensivo da gestão está com o segmento de dividendos que conta com um fundo exclusivo de companhias regionais. Desde que foi criado, apresenta rentabilidade anual média de 21%, além dos investimentos que priorizam a economia doméstica com escolha por setores protegidos pela inflação como os de energia e serviços.
O próximo passo que é estudado atualmente pela instituição envolve a criação de um plano exclusivo para a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná, o que, segundo os cálculos do executivo, poderá trazer ao fundo mais de 100 mil pessoas em 15 anos. “Nosso potencial de crescimento é grande”, defende. Hoje dez analistas gerenciam a área de passivos da carteira e cinco coordenam a parte de ativos.
Além das modalidades já citadas, o presidente classifica como boa a oportunidade de compras no setor de fundos imobiliários, mas admite que no momento em que a opção rendeu mais ganhos o fundo não tinha porte suficiente para investir. “Também temos ensaiado para entrar em multimercados, mas para isso precisamos de mais volume. Deveremos atuar com estratégias mais sofisticadas assim que atingirmos um patrimônio de R$ 100 milhões”, completa.