Consolidação em andamento | Incorporação de fundações cujas patro...

Arnaldo Serighelli, do ItaúEdição 245

 

A partir de 1º de abril deste ano, o fundo de previdência complementar dos empregados do antigo Banco do Estado de Goiás (Prebeg) estará na lista dos planos geridos pela Fundação Itaú Unibanco. Esta incorporação marca o início do projeto de unificação do conjunto de fundações advindas dos processos de aquisições de bancos promovido pelo Itaú desde o ano 2000.

O plano goiano que soma patrimônio de R$ 1,1 bilhão e conta 1,9 mil assistidos,   teve seu processo de transferência aprovado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) já no final do ano passado.

Até o fim deste primeiro semestre, o banco espera aprovar na Previc outros processos semelhantes com a UBBPrev e a Fundação Banorte, ambas oriundas do Unibanco. Para o próximo ano, as duas últimas entidades que estão na mira do processo de unificação são o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) com patrimônio de R$ 260,2 milhões e do Banco do Estado do Paraná que soma R$ 3,5 bilhões. Ao final, o fundo do Itaú acumulará patrimônio de R$ 20 bilhões. A gestão dos ativos é realizada integralmente pela asset do conglomerado.

O Itaú, que já chegou a ter dez fundos de pensão diferentes sob sua administração em 2010, coordena hoje cinco entidades. Ao longo de 2013, o diretor gerente de benefícios da entidade, Arnaldo Serighelli, conta que o objetivo é reduzir este número para três o mais rápido possível. “Além do ganho de escala, transferir todos os planos para uma única instituição significa subtrair custos administrativos e a quantidade de conselhos”, defende.

Segundo ele, após a junção de todos os planos, o fundo do Itaú estará na 4ª posição entre os maiores fundos de pensão do país.

Atualmente o executivo ajuda a gerir 18 planos distintos, com Gabriel Amado na área de investimentos e Reginaldo Camilo na parte contábil e atuarial. Com o Prebeg, as negociações com os aposentados e com o sindicato das categorias envolvidas completaram quase dois anos de duração e acabaram concretizadas nove anos após sua compra.

Para o diretor que está na casa desde 2003, um dos principais aspectos deste acordo é a possibilidade de se criar uma instituição mais forte, em que seja possível obter mais ganhos, com uma massa de aposentados maior e a oportunidade de ter conselheiros mais preparados. “Ganha-se em qualidade e organização, evitando equipes pulverizadas, o mercado vem apontando essa manobra como a saída ideal para o segmento, por meio dos multipatrocínios, que são cada vez mais comuns”. O objetivo é trabalhar por uma entidade única, mas “se no meio deste trajeto houver outras aquisições, o processo, que já é relativamente lento, irá demorar ainda mais”, diz.

Além disso, o diretor executivo detalha que a parte mais delicada deste tipo de acordo é o casamento dos interesses do patrocinador e dos assistidos. De acordo com Serighelli, muitos participantes têm dificuldades de compreender de que não se trata de querer acabar com determinado plano e que aquele produto será apenas coordenado por outra entidade. Por este motivo, a fundação marcou para o mês de julho deste ano uma eleição para que novos conselheiros da base dos participantes sejam selecionados . Serão abertas duas vagas: um assistido e um ativo, ambos com mandatos de quatro anos.

Entidade única – Este movimento de compra de bancos ligados aos governos estaduais e de propriedade privada movido pelo Itaú começou há cerca de 12 anos e tem apontado uma política de permanência das regras e condições dos planos de origem dos trabalhadores, assim como a manutenção do atuário de cada plano. Serighelli afirma que apenas o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ´extinto da instituição anterior. As condições de cada plano são mantidas até que novas decisões sejam votadas por um novo conselho. A primeira experiência neste campo de incorporações ocorreu com um dos planos da Fasbemge, do Bemge, envolvendo a transferência de R$ 3,4 milhões em 2002. Nas aquisições privadas, as junções anteriores foram feitas com a Franprev, do Banco Francês e Brasileiro, em 1996, e com o ItaúBank, do Bank Boston, em 2006. Em dezembro de 2013, a fundação quer reduzir sua meta atuarial para 4% ao ano, deixando os atuais 5,5%, o que deve ser debatido pelo conselho da casa até março. A equipe que cuida da gestão do fundo do Itaú é composta por 55 profissionais.