Edição 296
Depois da Abrapp e da Fundação Copel, que divulgaram a intenção de estruturar planos de previdência para familiares de participantes, agora é a vez da Fundação Ceres que também prepara a abertura de um novo plano com esse viés. O plano instituído da entidade será da modalidade de contribuição definida (CD) e focará não apenas nos dependentes diretos dos participantes da Ceres, mas também em parentes de até terceiro grau. Com isso, a entidade, que atualmente com cerca de 18,6 mil participantes, acredita que em quatro anos pode atrair mais 56 mil novos participantes.
O diretor superintendente da fundação, José Roberto Rodrigues Peres, explica que o plano é uma demanda dos próprios participantes e assistidos, que desejam oferecer a seus familiares uma alternativa de poupança. Para ele, o crescimento em termos de adesão pode ser ainda maior se o plano passar a ser oferecido para outros setores. “Nossa meta é entrar também no mercado setorial e ofertar nossa prestação de serviços junto a outras associações de classe, principalmente no setor de agronegócios”, explica o executivo. Ele diz que o setor ainda é carente em assistência e para o próximo ano a entidade deve entrar nesse mercado mais fortemente. “Além disso, a criação do plano está dentro da nossa meta de buscar alternativas de fomento para o sistema. A previdência complementar precisa de novos negócios para dar sustentabilidade às suas instituições”, destaca.
A falta de interesse das empresas em abrir novos planos patrocinados tem levado o segmento de previdência complementar fechada a buscar alternativas, como os planos instituídos e setoriais, que não precisam do patrocínio de uma empresa. “Temos que pensar na sustentabilidade da entidade. Essas novas alternativas visam dar mais condições em termos de recursos para o fomento, sobrevivência e perenidade da instituição”, salienta.
Estruturação – O novo plano da Fundação Ceres ainda está em fase de elaboração. O instituidor do plano inicialmente será a Associação Nacional de Aposentados e Pensionistas da Ceres (Anapec). “Todos os nosso patrocinadores podem ser associados à Anapec”, diz José Roberto Peres. Existe ainda a possibilidade de novos instituidores entrarem no plano, entre eles associações de patrocinadoras da fundação que estão localizadas em estados fora de Brasília. “Estamos flexibilizando a entrada de instituidores em outros estados para viabilizar a adesão dessas pessoas aos planos. Provavelmente além da Anapec teremos mais duas instituidoras: uma associação de Minas Gerais e uma de Santa Catarina”, explica Peres.
Para aderir ao plano instituído o interessado deve ter relação de parentesco com algum participante da Ceres, que também seja sócio contributivo de uma dessas associações. “Os dependentes desse participante não precisam ser sócios, mas o participante sim”, destaca.
Peres diz ainda que o plano terá uma estrutura de investimento segregada dos outros planos, com um portfólio próprio e gestão independente, porém sem grandes mudanças em relação à política de investimentos e ou à estrutura da entidade, que deve manter a mesma equipe para atender ao novo contingente de participantes. “Temos uma estrutura bem eficiente de gestão e de investimentos. Talvez na parte de relacionamento, divulgação e estratégia de comunicação haja novas contratações. Mas no geral, a fundação está apta a receber esse novos participantes”, salienta.
O patrimônio atual da entidade é de R$ 6,1 bilhões, mas Peres destaca que é difícil estimar o crescimento que virá com o novo plano, pois dependerá do número de adesões e de quanto os participantes estarão dispostos a realmente desembolsar em contribuições”. “Ainda assim, calculamos que em três anos entraremos em equilíbrio e seremos auto suficientes dentro do plano”, destaca. O regulamento do novo plano será finalizado e enviado para aprovação da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) nos próximos meses, e a meta da Fundação Ceres é implantar o novo plano no início de 2018.