BankBoston e Citi apostam na previdência aberta | Os dois bancos ...

Edição 90

O BankBoston e o Citibank estão apostando no crescimento do mercado de previdência privada brasileira nos próximos anos, tanto no varejo como no segmento corporate. O primeiro está constituindo uma empresa de previdência aberta, que deve entrar em funcionamento no início do próximo ano, mas antes disso deverá lançar um PGBL em parceria com a seguradora Cigna, direcionado à pessoas físicas. Já no primeiro semestre de 2001, através de sua própria empresa, deverá lançar outros planos destinados ao segmento corporate.
O Citibank, por sua vez, deve começar a distribuir em sua rede novos PGBLs criados através de parcerias entre sua empresa de asset, SSB Citi, e seguradoras do mercado. Ainda não está definido, mas o grupo também estuda a criação de uma seguradora própria para atuar no Brasil. Vale lembrar que a Travelers, a maior seguradora do mundo, é acionista majoritária do Citibank.
Tanto o BankBoston como o Citibank também estão de olho no movimento de migração de planos da previdência fechada para a aberta. Ambos pretendem aproveitar o contato que possuem com os fundos de pensão para oferecer a alternativa do PGBL para as empresas. “Vamos oferecer o produto para corporações que pensam em fechar o fundo de pensão e transferir o plano de benefícios para a previdência aberta”, revela Flávio Pires, diretor de clientes institucionais da BankBoston Asset Management.
O BankBoston promete ganhar espaço no mercado e já está criando uma estrutura própria para atuar no segmento. Ele entrou com pedido de constituição de uma empresa aberta de previdência e espera apenas a aprovação da Superintendência de Seguros Privados para lançar novos produtos. Mas, mesmo antes disso ocorrer, já organizou um equipe técnica de 4 pessoas para cuidar do PGBL para pessoas físicas. Quando a empresa entrar em funcionamento e houver o lançamento dos PGBLs para os clientes corporate, será criada uma equipe comercial. “Acredito que há um grande potencial para o crescimento do mercado de planos de previdência aberta para o segmento corporate”, afirma Flávio Pires. Ele explica que, em geral, as empresas com menos de 1.000 funcionários, devem preferir planos do tipo PGBL.
O projeto original previa a constituição da empresa de previdência já para este final de ano, mas como o processo demorou mais que o previsto na Susep, o BankBoston decidiu fazer a parceria com a Cigna, para não perder o aumento da demanda pelos PGBLs nesta época do ano. A parceria nasceu de um acordo que as duas empresas tinham fechado em setembro passado, quando a Cigna contratou a BankBoston Asset Management para realizar a gestão dos fundos de PGBL. Agora, a situação se inverteu, e foi o BankBoston que procurou a seguradora para criar os novos PGBLs.

Nation Wide – Outra parceria que comprova o interesse das grandes instituições financeiras pelo mercado de PGBL no Brasil é a da Nation Wide, uma das cinco maiores seguradoras do mundo, com o SSB Citi. A princípio, foi acertado que a distribuição do produto será realizada pela seguradora e o SSB Citi ficará responsável pela gestão dos fundos. Metade dos PGBLs serão direcionados para clientes corporate e a outra metade para pessoas físicas.
Apesar de não participar da distribuição do produto, o SSB Citi pretende apresentar o PGBL para seus clientes institucionais. “O único cliente que pretendemos trabalhar com o PGBL é o fundo de pensão”, revela Ciro Suplicy, diretor de vendas de varejo do SSB Citi. Ele acredita que algumas empresas que possuem fundos de pensão vêm demonstrando interesse em conhecer melhor o PGBL.
A exemplo do BankBoston, o Citibank também não possui uma seguradora ou empresa de previdência aberta própria e, por isso, vem recorrendo a parcerias com outras companhias para atuar no mercado de PGBL. Em meados deste ano, o Citibank tinha fechado um acordo com a AGF para criar um PGBL direcionado para os clientes do banco. Agora, o Citibank estuda a possibilidade de comercializar em sua rede os novos PGBLs criados em parceria com a Nation Wide.
O Citibank também estuda a constituição de uma seguradora própria no Brasil, uma vez que o controlador Citigroup tem a Travelers, a maior seguradora do mundo, participando do seu controle acionário.
Outra gigante do mercado segurador norte-americano, a MetLife, também tenta ganhar espaço no mercado brasileiro. Presente no Brasil desde 1997, a seguradora vinha atuando até agora apenas com produtos de vida. A partir deste mês de dezembro, porém, começa a atuar no mercado de previdência através do lançamento de dois PGBLs. Um deles tem o perfil conservador, com 100% das reservas aplicadas em renda fixa. O outro PGBL está atrelado a um fundo moderado, com 15% de renda variável e o restante em renda fixa. A gestão dos fundos de PGBL da MetLife ficam por conta da BankBoston Asset Management.