Edição 116
Nesta edição, a Investidor Institucional preparou rankings dos maiores negócios que ocorreram entre março de 2001 a março de 2002. Para tanto, foram pesquisadas informações na Associação Nacional dos Bancos de Investimento e Desenvolvimento (Anbid), Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) e consultorias CB Richard Ellis, KPMG e Thomson Financial.
O maior negócio do País foi a emissão de American Depositary Receipt (ADR) da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em março deste ano, num total de US$ 1,7 bilhão. Para profissionais do mercado, o lançamento desta e de outras operações, que começaram a pipocar desde o final de março, é um sinal claro de que os investidores têm preferido antecipar emissões para escapar das incertezas que sempre surgem em anos eleitorais.
Coincidentemente, o 2º e 3º lugares no ranking também envolveram a mesma companhia, num processo que havia sido concluído um ano antes: o descruzamento das ações da Vale e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no valor de US$ 1,4 bilhão e de US$ 1,2 bilhão, respectivamente.
Tanto no lançamento dos ADRs quanto no descruzamento da participação acionária da Vale, o ABN Amro Bank foi o adviser da operação, trabalhando em conjunto com a Merrill Lynch na emissão desses recibos no exterior.
Em relação ao mercado doméstico, o ABN também foi o responsável pela maior emissão de debêntures registrada no período – US$ 669,9 milhões em papéis da Novamarlim. Para o diretor-executivo do Morgan Stanley, Alberto Kiraly, embora o ano de 2001 tenha sido tumultuado pelo racionamento, atentados terroristas aos EUA e crise da Argentina, o segmento de fusões e aquisições não foi tão afetado como o de emissões externas e domésticas. Para ele, as negociações entre empresas são decisões de longo prazo, enquanto no mercado financeiro o investidor vende ou deixa de comprar, se uma ação cair. O Morgan Stanley foi adviser da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no descruzamento de ações com a Vale e também atuou na troca de comando da operadora de telefonia Tess.
Na lista de negócios internacionais, o maior foi a fusão da Chevron e Texaco, de US$ 42,9 bilhões. Já no setor imobiliário o destaque foi o Faria Lima Financial Center, avaliado em R$ 212 milhões. Embora a ocupação de escritórios na cidade de São Paulo tenha caído para 350 mil metros quadrados de escritórios em 2001, segundo dados da CB Richard Ellis, houve ânimo para novos projetos porque, com a oscilação cambial, o investimento ficou barato em dólar.