Edição 53
A área de asset do banco holandês cresceu 175% no segundo semestre
do ano passado, para R$ 410 milhões
O ABN Amro Asset Mangement foi um dos gestores que mais cresceu na
segunda metade de 98 em volume de recursos administrados, saltando
de R$ 978 milhões em junho do ano passado para R$ 4,69 bilhões ao
final do ano. O principal fator deste avanço de 380% foi a incorporação de
uma parte do Banco Real de Investimento (BRI) pelo ABN, a partir de
novembro do ano passado, aportando recursos de fundos de renda fixa
de clientes principalmente de varejo.
Mas, além desse crescimento no varejo em decorrência da incorporação do
Real, o ABN também apresentou significativo crescimento na área de
institucionais. Os recursos de fundos de pensão administrados pela
instituição saltaram de R$ 149 milhões em junho de 98 para R$ 410
milhões em dezembro passado, representando um aumento de 175% no
semestre. Esse salto não teve nada a ver com a incorporação do Real,
uma vez que essa área do Real não fez parte do negócio, continuando a
ser uma concorrente do ABN.
De acordo com o diretor de produtos do ABN Amro Asset Management,
Cypriano Camargo, o crescimento dos negócios com os fundos de pensão
é resultado de um trabalho da própria equipe comercial, que mantém
estreito contato com as fundações. Além disso, o fato de o ABN ser um
banco estrangeiro que tem 850 fundos de pensão como clientes, no
mundo todo, também ajudou a conquistar a confiança das fundações
brasileiras, explica Camargo.
De acordo com ele, o ABN Asset fechou 7 novos contratos para fundos
exclusivos e carteiras administradas no segundo semestre de 98, e mais
dois no início deste ano. Entre os contratos do ano passado destacam-se
os assinados com as fundações Elos (Eletrosul e Gerasul), Previnor
(Norquisa) e CBS (Cia Siderúrgica Nacional). Neste ano, os dois negócios
foram com as fundações Telos (dos funcionários da Embratel – ler matéria
na página 18) e GTMPrevi (do Grupo Tavares de Melo).
Com esses novos contratos, o gestor atinge o número de 25 clientes
institucionais com carteiras administradas ou fundos exclusivos. “É o
resultado de um trabalho intensivo, de um ano e meio, junto aos fundos
de pensão”, comenta Camargo. No mundo todo, a instituição administra
recursos da ordem de R$ 90 bilhões, incluindo todo tipo de cliente.
Área forte – Uma das áreas que mais tem sido valorizada internamente
no ABN, segundo Camargo, é a de “compliance”, encarregada de checar se
a política de investimentos é seguida na prática pelos operadores das
mesas. O “compliance” audita os processos de compra, venda e
posicionamento dos fundos e das carteiras dos clientes, garantindo a
transparência do investimento. Uma das provas dessa valorização é a
contratação de Teruo Monobe, ex-Citibank, para o cargo de diretor da
área. “O diretor de compliance fica em permanente contato com o
comando da asset e, de acordo com as suas avaliações, pode determinar
a mudança de algumas atitudes que estejam fora da política de gestão do
fundo”, explica Camargo.
Nos fundos exclusivos e carteiras administradas dos fundos de pensão, a
atuação da área de compliance acaba transmitindo maior segurança para
os clientes. “Procuramos seguir com fidelidade a definição da política de
gestão básica pré-determinada pela fundação e o compliance sempre
avalia nossas atitudes”, explica o diretor comercial de institucionais do
ABN, Edson Lucena.
A administração de fundos exclusivos tem sido um dos pontos fortes do
ABN, segundo Lucena. Os custos acessíveis e a melhor eficiência na
determinação dos riscos são as principais vantagens que têm motivado as
fundações a constituírem este tipo de produto. “As entidades fechadas
estão percebendo que conseguem maior facilidade de controle dos riscos
com o fundo exclusivo”, diz.