Dinheiro de investimento usado para pagar contas

Edição 52

Cai o volume dos recursos do corporate, porque empresas estão sacando

A CCF Brain, empresa de gestão de ativos do CCF, é mais uma vez a
maior administradora de recursos do segmento corporate do ranking Top
Asset, com R$ 3.098,9 bilhões. Entretanto, o volume de recursos sofreu
uma queda significativa em relação ao primeiro semestre de 98, quando
era de R$ 3.910,2 bilhões.
De acordo com o diretor comercial da CCF Brain, Silvio Fleury, um dos
motivos para o decréscimo foi a escassez de crédito iniciada com a crise
russa. Isso levou as empresas a terem que financiar-se com o próprio
caixa, e consequentemente sacar recursos das aplicações. “Com a crise
russa, aumentou muito o risco Brasil e as linhas de crédito de comércio
exterior foram cortadas”, diz.
Ainda segundo ele, as empresas também decidiram antecipar o
pagamento de compromissos em dólar, para não correr o risco da
desvalorização do real, que acabou acontecendo no início desse ano. “As
empresas mandaram muito dinheiro para fora no segundo semestre”,
acrescenta.
Para o diretor da DB Capital, Reinaldo Zakalski, a dificuldade de rolagem
dos empréstimos, por causa do aumento do risco Brasil, deve continuar
afetando as empresas em 99. “As empresas tiveram que usar o recurso
do caixa para saldar compromissos. Em 99, com o aprofundamento da
recessão, a situação deve piorar”, avalia o diretor da empresa do
Deutsche Bank.
A DB Capital teve uma queda de mais de R$ 1 bilhão no volume de
recursos administrados do setor corporate, caindo da 4º para a 10º
posição no ranking dos maiores do segmento, que sofreu mudanças
significativas em relação ao anterior.
Os grandes da área sofreram queda no volume de recursos
administrados, com exceção do BankBoston, que teve um aumento de
cerca de R$ 250 milhões. Os destaques ficam com o Bradesco e a BB
DTVM, que captaram mais de R$ 2 bilhões no segundo semestre, e
ocupam o 2º e o 3º lugares, respectivamente.