Fundo da Dynamo integraliza cotas

Edição 48

O Dynamo Puma, um fundo fechado de ações de segunda e terceira linha
direcionado aos investidores institucionais, já integralizou R$ 204 milhões
do seu limite de R$ 250 milhões

O Dynamo Puma, um fundo fechado de ações de segunda e terceira linha
direcionado aos investidores institucionais, já integralizou R$ 204 milhões
do seu limite de R$ 250 milhões. Lançado em fevereiro deste ano, o
Puma conta com sete fundações, o BNDESpar e um banco privado entre
seus cotistas. Eles integralizaram as cotas através da transferência de
ações de suas carteiras de investimento.
Segundo o sócio-gerente da Dynamo Administradora de Recursos, Luiz
Orenstein, as fundações participam do fundo com recursos que giram em
torno de R$ 25 a R$ 30 milhões cada. Entre outras, já participam do fundo
a Centrus (Banco Central), a Ceres (Embrapa), a CBS (Cia Siderúrgica
Nacional) e a Fapes (BNDES). Além dos atuais cotistas, outras quatro
fundações estão estudando o ingresso no fundo. “Se esses quatro novos
fundos de pensão entrarem, deveremos ampliar o limite de recursos para
R$ 350 milhões”, diz Orenstein.
O principal interesse das fundações que investem no Dynamo Puma é a
obtenção de melhores desempenhos de suas ações de segunda e terceira
linha, que ficavam isoladas na carteira de renda variável. Dentro do fundo,
as ações passam a ser agrupadas com outras da mesma empresa,
elevando a representatividade do investidor e resultando em assentos no
conselhos de administração. “A valorização dos papéis, além da obtenção
de dividendos, são os objetivos da nossa participação junto às empresas”,
opina.
Mesmo na condição de acionista minoritário, o administrador acaba
participando de muitos conselhos de gestão, devido ao acúmulo de ações
de uma mesma companhia. A união de papéis das empresas permite
também o aproveitamento de algumas oportunidades em bolsa para
aumento ou redução de posições. “Procuramos desempenhar o importante
papel de acompanhamento das ações e das respectivas empresas, que é
uma tarefa que o investidor institucional não tem condições de realizar no
dia-a-dia”, explica Luiz Orenstein.
A Centrus transferiu para o fundo papéis de 5 empresas nas quais
investia, no valor de R$ 30 milhões. “Entramos no fundo com o objetivo
de aumentar a distribuição dos dividendos dos papéis”, diz Flávio Roberto
de Carvalho, diretor de investimentos do fundo de pensão.

Enquadramento – O fundo de investimentos acumulava, até o início de
dezembro, cerca de 23% de rentabilidade. O Dynamo Puma tem uma
duração de sete anos e meio e a meta de retorno é de 25% anuais. Além
da Dynamo, outros dois administradores estão autorizados a comercializar
este tipo de fundo no mercado, o Fator e o Bradesco Templeton (leia
matéria na edição n° 46).
Aplicar em um fundo de investimento de segunda e terceira linha pode
significar a solução, ou pelo menos a amenização de problemas de
enquadramento para uma fundação. Um exemplo é o da CBS, que vem
cumprindo um rigoroso programa (determinado pela Secretaria de
Previdência Complementar) para reduzir as ações da sua patrocinadora
em carteira. “A fundação decidiu integralizar as cotas do Dynamo Puma
com as ações da nossa patrocinadora, a CSN, com o objetivo de melhorar
seu enquadramento”, diz Luiz Fernando Perdigão, diretor financeiro do
fundo de pensão. A CBS transferiu ao fundo um grupo de ações da Cia
Siderúrgica Nacional no valor de R$ 15 milhões para o fundo de
investimento.
Desde o ano passado, a CBS está realizando um trabalho intenso para
vender as ações da CSN, que estavam avaliadas em cerca de R$ 300
milhões. Atualmente, o fundo de pensão possui aproximadamente R$ 150
milhões em ações da patrocinadora. A redução é resultado de operações
de venda, da integralização do fundo Dynamo e, também, da
desvalorização das bolsas nos últimos meses. Segundo Perdigão, a CBS
está estudando a possibilidade de investir também no fundo de ações de
segunda e terceira linha do Bradesco Templeton.