Edição 48
A Unibanco AIG (antiga Prever) vai escolher três novos administradores de
recursos para sua carteira de R$ 1,6 bilhão
A Unibanco AIG (antiga Prever) vai escolher três novos administradores de
recursos para sua carteira de R$ 1,6 bilhão. Os três novos
administradores, que devem ser escolhidos até meados de janeiro de 99,
vão compartilhar a administração da carteira com a Unibanco Asset
Management (UAM), até agora a única gestora dos recursos.
Cinco gestores disputam a reta final do processo, iniciado em novembro a
partir de uma seleção de 11 instituições. Segundo o diretor financeiro e de
investimentos da companhia, Cristóvam Mangione, “só entraram na
concorrência as empresas de asset management com porte e experiência
reconhecidos no mercado doméstico e internacional”. Ele não quis revelar
os nomes das empresas que entraram no processo de concorrência nem
daquelas que chegaram à fase final da disputa. Segundo Mangione,
também está sendo escolhido um novo custodiante para os ativos da
empresa, entre instituições de atuação internacional.
A mudança representará um duro golpe para a UAM, que hoje administra
cerca de 90% dos recursos da Unibanco AIG (os outros 10% do patrimônio
da Unibanco AIG está distribuído em fundos de outras instituições).
Segundo o ranking Top Asset, da Investidor Institucional, a UAM é a
terceira maior administradora privada de recursos do País, com R$ 9
bilhões.
De acordo com Mangione, a decisão de pulverizar a gestão dos recursos
não tem ligação direta com a entrada da AIG no controle da
companhia. “Nós iniciamos o ano com a preocupação de termos uma
política de investimentos bem definida, para dar mais conforto aos nossos
clientes”, explica. Além disso, “a diversificação dos gestores tende a dar
melhores resultados, porque cria competitividade e torna a administração
mais transparente”.
A divisão dos recursos entre os quatro administradores ainda não está
definida, porque depende da nova política de investimentos que está
sendo elaborada. A idéia básica é criar entre três e cinco carteiras, com
benchmarks diferentes para cada uma, e distribuí-las entre os gestores de
acordo com a especialidade de cada um. “Vamos fazer a divisão dos
recursos segundo o reconhecimento que cada um tiver das áreas”, explica
o diretor financeiro da Unibanco AIG.
Entretanto, nenhum deles deverá concentrar a gestão de uma única
carteira. Os ativos das carteiras serão compartilhados por pelo menos dois
administradores, em proporções iguais. “Os administradores escolhidos
para o mesmo benchmark receberão a mesma quantidade de recursos,
para que possam ser comparados”, ressalta.
Os benchmarks estão sendo construídos a partir das necessidades de
cada tipo de passivo previdenciário da empresa, que administra diferentes
tipos de planos (indexados à TR, CDI, IGPM, etc). Por isso, cada
administrador receberá um manual de investimentos contendo as linhas-
mestras da política da Unibanco AIG, para ter uma visão ampla dos
objetivos da empresa, e as diretrizes do seu mandato. “O nosso negócio é
o passivo, e por isso definimos tudo a partir dele”.
Essa preocupação com o passivo também levou o recrutamento de
gestores a dar mais peso aos critérios de controle de risco, compliance
(adesão dos administradores dos ativos ao que foi definido) e processo
decisório. De acordo com Mangione, “não podermos dar maior vazão ao
risco pela natureza dos nossos ativos. E por isso também é importante
saber como são tomadas as decisões de investimento”.
Para poder avaliá-los, a empresa enviou um questionário detalhado aos
possíveis candidatos, no qual pedia as credenciais da instituição, seu
menu de serviços e a performance dos últimos 24 meses. Dessa triagem,
iniciada em novembro, foram selecionadas as primeiras 11 instituições.
Depois, uma bateria de entrevistas levou à escolha dos cinco finalistas.
Segundo Mangione, ao final todos os participantes serão informados sobre
as etapas e os critérios que nortearam a seleção. “Queremos deixar tudo
o mais transparente possível”, afirma. Para ele, o mercado de previdência
privada vai crescer muito a partir de 99, e para disputá-lo é importante
melhorar sempre a qualidade dos serviços prestados. “A empresa está
bem estruturada para expandir mais no próximo ano”.