Direção sindical aprova clube de investimentos

Edição 37

Está pronta a formatação do primeiro clube de investimentos que
possibilita a utilização do FGTS no processo de privatização

Está pronta a formatação do primeiro clube de investimentos que
possibilita a utilização do FGTS no processo de privatização. A Força
Sindical aprovou, em reunião de sua direção nacional, o modelo elaborado
em parceria com a RC Consultores e está enviando até o final de junho os
estatutos do clube para apreciação da CVM.
Após a constituição do Clube Força, o início da adesão dos trabalhadores
fica na dependência apenas da definição do modelo de formulário por
parte da Caixa Econômica Federal, que deve ficar pronto no início de julho,
prevê Paulo Rabello de Castro, presidente da RC Consultores.
O Clube Força está adotando um modelo que propicia a participação de
membros da central sindical na elaboração das diretrizes de
investimentos. Será constituído um comitê de investimento composto por
seis pessoas, dos quais o presidente e mais dois integrantes são
indicados pela Força Sindical, outros dois pela RC e mais um
administrador externo. Por sua vez, os membros do clube também terão
direito de participar da direção dos fundos de investimento da
privatização. “A principal inovação do clube, além da utilização do FGTS, é
a adoção de um modelo altamente participativo”, afirma Castro.
O projeto abre a perspectiva de acumular grande volume de recursos do
FGTS para investir em fundos de privatização. A campanha de adesão será
realizada junto aos 786 sindicatos filiados à Força, que congregam mais
de 6 milhões de trabalhadores. Os empregados ligados a outras centrais
sindicais também podem participar do clube. “A constituição do clube
inaugura uma nova área de atuação das entidades sindicais na gestão de
recursos que pode representar uma porta de entrada para a previdência”,
afirma Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical.

Sobras da Vale – É provável que os investimentos do clube comecem pelas
sobras da privatização da Vale do Rio Doce e da Light. Isso porque esses
são os únicos papéis que poderiam ser trocados atualmente pelos
recursos do FGTS. “O clube pode começar investindo na Vale, mas a
intenção principal é participar da privatização das telecomunicações”,
declara Medeiros.
O esclarecimento dos riscos do negócio é um dos pontos centrais da
campanha de adesão. Investir o FGTS na privatização pode trazer
rentabilidade acima 3% ao ano acima da TR proporcionada pela Caixa
Econômica Federal, mas isso não é garantido. A curto prazo o retorno
pode até apresentar níveis negativos pois os investimentos da
privatização devem trazer resultados satisfatórios a longo prazo. Depois
de um ano o trabalhador tem a opção resgatar o valor investido no clube
e voltar ao FGTS.