Um bom negócio para a fundação e o participante

Edição 32

Os programas de linhas de crédito habitacional são um excelente negócio
para as fundações, além de serem também um benefício para o
participante

Os programas de linhas de crédito habitacional são um excelente negócio
para as fundações, além de serem também um benefício para o
participante. Os projetos são focados como negócios rentáveis e com total
garantia, assegurada por diferentes opções – hipoteca dos imóveis ou
convênios com a Caixa Econômica Federal, por exemplo. De acordo com
diretores de fundos de pensão, os programas acompanham o mercado.
A explicação para a boa aceitação de programas desse tipo, no entanto,
não está apenas na rentabilidade. Até porque, existem várias opções de
investimentos que rendem acima dos custos atuariais. Mas, como a
procura por esses projetos é hoje pequena, o benefício para o participante
acaba valendo a pena. Na Banesprev, fundação do Banespa, a última
posição, de janeiro deste ano, indica que o programa representa 1% do
patrimônio, cerca de R$ 5 milhões de um total de R$ 544 milhões. Ao
todo, são 24 mil participantes.
“O mercado mudou e hoje qualquer instituição financeira oferece crédito
fácil”, afirma o assistente de superintendência da Fundação Cesp – que
tem um patrimônio de R$ 3,5 bilhões e 35 mil participantes –, Sideval
Arone. Há pelo menos dois anos, segundo ele, havia uma grande carência
por planos de financiamentos. A burocracia na documentação para
conseguir crédito imobiliário também provoca uma maior procura por
outras formas de financiamento. De acordo com o coordenador de linhas
de crédito da Banesprev, Aparecido de Oliveira, o programa de crédito
pessoal é muito mais procurado que o de crédito imobiliário.
A Fundação Cesp e a Sistel têm programas parecidos. Foram firmados
convênios com a Caixa Econômica Federal, no qual as fundações compram
letras hipotecárias e a Caixa destina o recurso para financiar imóveis para
os participantes. Toda a parte operacional segue as regras do Sistema
Financeiro de Habitação. O participante, depois de aprovado o crédito,
entra no sistema da Caixa. Os programas são tratados como
investimentos e as taxas negociadas com a Caixa.
“Sempre olhamos a rentabilidade”, afirma Arone. “Negociamos uma taxa
compatível, sempre acima de nosso custo atuarial.” De acordo com ele,
como as taxas de juros subiram, o investimento está um pouco abaixo do
mercado, mas nem sempre é assim. A Metrus, fundo de pensão do Metrô
de São Paulo, estuda a implementação de linhas de crédito parecidas com
as das duas fundações. “A tendência é usar uma instituição financeira.
Fica mais garantido e não exige a criação de nova estrutura”, afirma
Walter Gregori, diretor financeiro da Metrus.
O programa oferecido pela Banesprev, desde 1992, é diferente. São três
modalidades: empréstimo para aquisição, no qual é necessário a
participação de um agente financeiro para liberação do fundo de garantia;
empréstimo para construção e para reforma, nos quais são necessários os
projetos para aprovação. Se o participante for comprar um imóvel e não
precisar de seu fundo de garantia, não precisa de contatar um agente
financeiro.
A garantia da fundação é a hipoteca dos imóveis. Segundo Aparecido de
Oliveira, isso faz o investimento ser melhor que aplicação em renda
fixa. “Ele acompanha esse mercado, com a diferença da garantia real.” A
inadimplência, de acordo com ele, é praticamente zero.