Estratégia eclética do fundo de San Diego

Edição 21

Na sede da Associação dos Aposentados de San Diego, o diretor de
investimentos mantinha um intenso debate

No interior do prédio de tijolos vermelhos, sede da Associação dos
Aposentados de San Diego, o diretor de investimentos, Richard Rose,
mantinha um intenso debate com os membros do Conselho Administrativo
da associação. Ele havia dado início ao debate ao apresentar seus
argumentos a respeito de um programa de subscrição de opções, que já
durava oito anos e que havia começado bem antes dele ter sido ser
contratado como diretor de investimentos, havia dois anos. Depois de
vários anos de lucros consistentes , a complexa estratégia de derivativos
passou a dar prejuízos, os quais alcançavam a casa dos US$ 21 milhões.
Há algum tempo Rose vinha sugerindo aos nove integrantes do Conselho
alguns meios para sair desse investimento. Porém, dessa vez, Rose
exagerou. Com sua estatura baixa e seu ar professoral, e ocasionalmente
um pouco pedante, nesse dia ele esgotou a paciência dos seus ouvintes.
O chairman do Conselho, E.E. Murphy Jr, um homem de dois metros de
altura, explodiu. Olhando de cima para baixo para Rose, ele deixou a
situação clara: “Você é empregado”, disse furiosamente. “Nós somos a
diretoria. Nós tomamos as decisões”.
Isso aconteceu em setembro de 1995, conta a revista norte-americana
Institutional Investor. Sete meses depois, Rose retornou com um plano
que visava limitar as perdas no caso de uma outra estratégia complexa –
contratos de futuros. A estratégia de Rose criava um limite de perda para
o investimento, após o qual se deveria sair da posição. Os diretores do
fundo concordaram com a idéia no caso das participações em subscrição
de opções. Os derivativos tropeçaram sobre seu limite em novembro do
ano passado e a San Diego valeu-se dessa proteção. Houve momentos