Edição 182
Os fundos de pensão estão arriscando mais
Os fundos de pensão estão arriscando mais. A constatação vem de uma
pesquisa realizada pelas consultorias NetQuant e Towers Perrin, que
analisaram 186 carteiras de fundos de pensão com patrimônio total de R$
6,3 bilhões aproximadamente, em sua maioria patrocinados por empresas
privadas. Mesmo com cenário de alta volatilidade no mercado acionário, o
investimento em papéis de renda variável aumentou 35,56% no primeiro
semestre, tendo o patrimônio das carteiras passado de R$ 683,7 milhões
para R$ 926,8 milhões. As altas no mercado de renda variável e a
constante queda da taxa de juros foram determinantes para o bom
resultado, tendo forçado os investidores a buscarem ativos mais
arriscados. “Não é mais possível ter uma gestão onde se aproximar ao
CDI seja suficiente. A tendência é a procura por novas alternativas de
investimento, com prazos de títulos de renda fixa mais longos e a
alocação em renda variável”, diz o presidente da NetQuant, Marcelo
Nazareth.
As carteiras analisadas com perfil de renda variável tiveram retorno médio
de 21,89%, com destaque para as carteiras que estavam alocadas nos
setores de siderurgia e energia, que renderam, respectivamente, 42,7% e
24% no semestre. Já na renda fixa, os ativos de longo prazo se
mostraram rentáveis, tendo o retorno do IMA-B 5+ (vencimentos
superiores a cinco anos) atingido 21,55%. As carteiras que utilizaram
como meta o CDI tiveram sua participação no patrimônio reduzida em
26,5% no primeiro semestre, entre os fundos pesquisados.