Fundações estatais migram para planos de contribuição definida

Edição 17

A migração dos planos de benefício definido para os de contribuição
definida avança no setor estatal

A migração dos planos de benefício definido para os de contribuição
definida avança no setor estatal. A fundação Forluz, da Cemig, define os
últimos detalhes do seu novo plano CD até o final deste mês, quando
deverá enviá-lo à Secretaria de Previdência Complementar (SPC). A
Serpros, da Serpro, deve efetuar a mudança para CD até setembro.
“Vamos partir para um plano misto”, informa o gerente de atuária da
Forluz, Luiz Guilherme Vales. Segundo ele, isso valeria para os admitidos
após o início do novo plano, que traçariam o valor de suas aposentadorias
de acordo com as cotas que comprassem, assumindo todo o risco das
aplicações financeiras. Para os casos de morte e invalidez, o funcionário
ainda terá o resguardo do benefício definido. Os 21 mil empregados da
Cemig não serão obrigados a migrar para a nova modalidade.
A Serpros, segue basicamente as mesmas linhas que o idealizado pela
Forluz. “Na conclusão da primeira avaliação, entendemos que o plano
deve ser equilibrado, de forma que os riscos para a aposentadoria sejam
minimizados”, explica Jorge Washington Bhering, assessor atuário da
fundação.
Para o sócio-gerente da consultoria Towers & Perrin, Luís Roberto Gouveia,
as estatais deveriam começar logo as mudanças dos planos dos seus
fundos de pensão para o modelo de contribuição definida. “Seria uma
maneira de melhorar o preço nas privatizações”, diz. Segundo ele, a
adoção da contribuição definida em fundos de pensão de empresas com
passivos descobertos, estimularia os compradores. “Se as estatais
antecipassem essas mudanças, fugiriam do desconto que os compradores
obtêm devido a esse problema”, defende.