Edição 14
Os administradores de carteiras de investimento têm pavor de mercados
agonizantes
Os administradores de carteiras de investimento têm pavor de mercados
agonizantes, quase da mesma forma que temem os mercados que
declinam vertiginosamente. É difícil realizar lucros quando os mercados
tendem à estabilidade. Mas, considerando que o mercado acionário, hoje
em grande ebulição, eventualmente perderá essa efervescência, alguns
administradores de investimento ousados estão lançando uma nova
estratégia, que promete retornos mesmo quando os mercados estiverem
estáveis.
Eles estão negociando volatilidade, informa reportagem da revista
Institucional Investor. Como técnica de investimento, a negociação de
volatilidade produziu, até agora, menos de US$ 2 bilhões em ativos
administrados nos Estados Unidos (incluindo as estratégias de
sobreposição de ativos subjacentes). Alguns administradores já estão,
ousadamente, chamando-a de uma nova classe de ativo.
As carteiras de derivativos de bancos de investimento, naturalmente, há
muito tempo administram um rol de opções em busca de lucro, muitas
vezes apostando numa volatilidade implícita , uma medida da
movimentação esperada do mercado. A idéia é a seguinte : vender
volatilidade quando estiver em alta e comprá-la quando estiver em baixa.
Os “traders” vendem a volatilidade implícita depois de choques do
mercado, quando consideram que as expectativas de movimentos futuros
estão sendo exageradas. Eles compram quando o mercado se mostra
calmo e a volatilidade parece pronta a ser frustrada, por exemplo, antes
de uma reunião importante da equipe econômica.
Adequação – As estratégias de volatilidade são as mais adequadas para
os mercados de comodities e de ações, embora as opções inseridas em
muitos contratos futuros de títulos também forneçam oportunidades. Os
mercados de moedas, porém, são bem menos abertos à arbitragem.
Os investidores que conseguem tolerar o risco podem obter grandes
recompensas. Um grupo de administradores está, hoje, vendendo fundos
que se dedicam a negociar a volatilidade implícita. Os investidores em
contas de arbitragem de volatilidade da Analytic/TSA Global Asset
Management, com sede em Los Angeles, são principalmente fundos
hedge ou operadores de pool de comodities, que estão habituados à
alavancagem.
Desmond Fitzgerald, presidente da Equitable House Investments, diz
estar observando uma entrada regular de US$3 milhões por mês, desde
que lançou seu fundo no terceiro trimestre do ano passado.
Alguns administradores de carteiras de investimento com tecnologia de
ponta, como a Analytic/TSA e a First Quadrant Corp., estão oferecendo um
aumento de até 2%, pela sobreposição das posições de ativos
subjacentes dos clientes com opções.
Contudo, apesar das vantagens pretendidas pelos seus promotores,
essas estratégias de sobreposição não estão livres de risco. O atrativo
para a chamada estratégia de curta-volatilidade está em que ela pode
afetar o desempenho, com uma grande alta ou queda dos mercados,
quando a volatilidade vai às alturas (quanto maior a demanda por
opções, mais alto irá a volatilidade implícita).
Diversificação – Por que promover os negócios com volatilidade agora?
Todd Petzel, do Common Fund, afirma que a negociação de volatilidade
pode propiciar uma diversificação num período de níveis altos de
mercado. “Achamos ser importante reconhecer a volatilidade como um
processo de investimento ativo, ao invés de alguma coisa que só acontece
para você no mercado”, ele afirma.
Você não fica sentado à espera de um retorno de 25 a 30%””, diz Todd
Miller, diretor do First Quadrant, que opera com derivativos globais e que
tem cerca de US$ 450 milhões em fundos de opções.””