04-05-2018 – 14:09:12
A Santander Asset Management deve lançar até o início do segundo semestre de 2018 um novo fundo de investimento no exterior voltado para institucionais, com hedge cambial, que tem como foco alocar recursos em títulos privados de empresas da América Latina. A estratégia globalmente gere cerca de US$ 840 milhões. O fundo foi lançado localmente em setembro do ano passado, mas por enquanto é acessível apenas para os investidores private do banco. “Para obter mais retorno não existe milagre, os investidores terão de tomar mais risco”, disse Miguel Ferreira, CEO da gestora do Santander, durante evento em São Paulo com clientes nesta sexta-feira, 4 de maio.
Segundo Ferreira, um primeiro movimento dos agentes em busca de mais retorno já foi observado com a migração da renda fixa para renda variável e multimercados, e o executivo prevê que o próximo passo deve ser o aumento da alocação internacional. “Ainda não aconteceu de forma expressiva, mas acredito que vai acontecer a migração para o exterior”.
O CEO da Santander Asset destacou também a liquidez do mercado de crédito privado na América Latina, que passou de um estoque de US$ 165 bilhões em 2009 para os atuais US$ 585 bilhões. “Do total de bonds de mercados emergentes, 1/3 está na América Latina”, afirmou Ferreira, que falou ainda que a média diária de negociação de títulos privados, que no Brasil é de US$ 57 milhões, alcança US$ 2,6 bilhões na América Latina, o que facilita as transações no mercado secundário em função da liquidez.
Por conta da queda da Selic, e da alta demanda dos investidores, os prêmios nos ativos de crédito do mercado brasileiro tiveram uma queda expressiva, disse o executivo, destacando a importância da diversificação para ativos de outras regiões. Segundo dados da Anbima apresentados por Ferreira, o retorno médio de títulos privados de cinco anos com rating triplo A, que em dezembro de 2016 era de 1,08%, em maio de 2018 estava em 0,38%. Para títulos com ratings duplo A, a queda no mesmo período foi de 1,68% para 0,85%, enquanto para os papéis com rating A, a redução foi de 2,63% para 1,05%.