23-09-2015 – 11:08:40
As ações da Volkswagen caíram 29,3% nos últimos dois dias devido às acusações de fraudes em testes de emissões de poluentes de carros a diesel nos EUA. O preço das ações despencaram de 161,17 Euros na última sexta-feira, 18 de setembro, para 113,85 Euros no encerramento dos pregões desta terça-feiira, 22 de setembro. A queda preocupa diversos fundos de pensão dos EUA e Europa que detêm ações direta ou indiretamente em suas carteiras.
A queda acentuada nas ações foi disparada devido às acusações da Agência de Proteção Ambiental dos EUA que a Volkswagen teria manipulado os testes de emissão de poluentes com a utilização de um software específico. A própria Volkswagen já realiza uma provisão de 6,5 bilhões de Euros para perdas decorrentes da fraude que atinge uma frota de cerca de 11 milhões de veículos no mundo inteiro.
“Eu, pessoalmente, lamento profundamente que nós quebramos a confiança de nossos clientes e do público. Iremos cooperar plenamente com as agências responsáveis, com transparência e urgência, de forma a esclarecer completamente todos os fatos deste caso”, disse Martin Winterkorn, CEO da Volkswagen através de comunicado.
Fundos de pensão – Entre os principais investidores em ações da montadora de origem alemã figuram grandes entidades como os fundos dos professores do Kentucky, KTRS (patrimônio de US$ 17,9 bilhões), dos funcionários públicos de Ohio (US$ 90 bilhões), New York Common Retirement (US$ 182,5 bilhões) e o plano 401K Costco Wholesale (US$ 10 bilhões). Também está nesse grupo de investidores de ações da Volkswagen o Norges Bank, que realiza a gestão de recursos do fundo de previdência pública da Noruega, que tem patrimônio de US$ 884 bilhões – um dos maiores do mundo.
O fundo dos professores do Kentucky (KTRS), por exemplo, viu sua carteira de ações da Volkswagen cair de US$ 6,5 milhões, na quinta-feira, 17 de setembro, para US$ 4,2 millhões, ontem, 22 de setembro, segundo informações da publicação americana Pensions and Investments.
“A lição disso é que a violação deliberada da lei e o abuso de confiança dos clientes, além de criar perigo para a saúde pública, é ruim para os negócios”, disse Carol Lee Rawn, diretor da Ceres, uma entidade sem fins lucrativos que atua na área de sustentabilidade. A Volkswagen era considerada até agora uma das empresas globais de menor risco sócio-ambiental, conceito que está sendo revisto pelo mercado. As agências de rating devem analisar o caso e reavaliar as ações da empresa em virtude desse caso.