11-01-2016 – 17:16:47
As projeções para o IPCA de 2016 já estão se aproximando de 7%, segundo resultado do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, dia 11 de janeiro. A mediana das projeções para o IPCA saltou de 6,86% da semana anterior para 6,93%, superando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central. O centro da meta é 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. “Apesar da desaceleração da inflação dos preços administrados prevista para este ano, os serviços devem continuar subindo próximos do patamar entre 7% e 8%”, prevê Alexandre Espírito Santo, economista da Órama e professor do Ibmec.
Após uma alta em torno de 18% dos preços administrados em 2015, o economista prevê uma desaceleração para algo entre 8% e 8,5%. “É a única notícia boa que temos para dar, a queda da inflação dos preços administrados”, diz. Mesmo com a desaceleração, a ritmo inflacionário deve continuar forte devido ao efeito de inércia. A projeção da Órama para o IPCA 2016 é de 7,2% no final do ano. “O que mais preocupa é a perpetuação do ritmo da inflação em que o preço de ontem impacta no preço amanhã. Estamos vivenciando a volta de mecanismos de indexação que existiram nas décadas de 80 e 90”, diz o economista.
Para combater a alta da inflação, o mercado espera que o Compom (Comitê de Política Monetária) retome o ciclo de aumento da Selic já na próxima reunião prevista para 19 e 20 de janeiro. “Os juros devem voltar a subir, mas temos dúvidas sobre o efeito concreto no combate à inflação. Acredito que a elevação dos juros serve apenas como efeito psicológico, para sinalizar que o Banco Central continua vigilante”, diz Espírito Santo. O economista não acredita que a elevação da Selic seja capaz de reduzir a demanda de consumo, que já vem se arrefecendo fortemente nos últimos meses com a queda na confiança do consumidor.