13-03-2015 – 14:54:10
A Planner, que tem hoje cerca de R$ 10 bilhões em ativos sob gestão e administração, decidiu criar há cerca de dois anos uma subsidiária voltada para o segmento institucional, a Planner Redwood, que tem como diretor executivo Mario Serpa, que foi diretor financeiro da Funcef de 1999 a 2003. Nesse meio tempo a casa foi estruturada, em termos de equipe e de produtos, e prevê para 2015 o início de uma adesão importante de fundos de pensão à sua base de clientes. “Estruturamos a Redwood com a certeza de que poderiamos construir modelos de produtos mais adequados aos fundos de pensão”, fala Serpa.
Um dos fundos que a Planner Redwood está direcionando para fundações em 2015 foca exclusivamente na arbitragem entre os títulos públicos ao longo da curva de juros futuros da BM&F. “Compro os títulos em diversos vértices, e o modelo identifica o quanto de risco corro com a arbitragem entre os vencimentos. Tem uma gordura gigantesca para ganhar dinheiro arbitrando. Mapeio o comportamento da curva de juros do mercado, contra a minha curva de juros, monitorando se vai aumentar os prêmios ou não”, explica o diretor da asset. Em doze meses, até fevereiro, o fundo rende 145% do CDI, e o PL está próximo aos R$ 18 milhões, com uma pequena exposição de fundos de pensão.
“O fundo ainda está começando, mas promete para esse ano, ainda mais que o mar não está pra peixe na renda variável”. O foco será em fundações que precisam reinvestir parte de seus vencimentos, ou mesmo naquelas que tem ativos em carteira com remuneração bem abaixo da atual. “Com o cenário dos juros, a chance do investidor ter um revés com a marcação a mercado é grande”, lembra Serpa.
Além do fundo de renda fixa, a gestora também vai oferecer aos institucionais um fundo de valor estruturado internamente, concentrado em poucos papéis (de oito a doze), mas que não tem apresentado um desempenho tão bom até o momento – em doze meses sobe 3,78%, contra uma valorização de 10,56% do IBrX-100 no período. “Ao entregar um produto com uma tecnicidade muito alta e subjetividade baixa, entendemos que o cliente pode usar a tese em beneficio próprio em sua gestão interna”, pontua o executivo. “A proposta é trazer produtos que tenham maior aderência às necessidades dos fundos de pensão”. Com a Selic rumo aos 14%, Serpa não espera grande atração de recursos para a bolsa brasileira no curto prazo. Ainda assim, para o segundo semestre, com o dólar acima de R$ 3,00, os estrangeiros podem começar a demonstrar maior interesse, prevê o especialista. “A bolsa está barata, e agora há uma luz no fim do túnel, que não é o trem vindo”, brinca Serpa.
Imobiliário
Os investidores estrangeiros responderam por parte importante das captações feitas pela holding da Planner durante o ano passado via fundos estruturados. Em 2014 a casa lançou um Fip (fundo de participações) que investe em uma empresa do ramo imobiliário, e em um FII (fundo imobiliário), que investiu na compra de um shopping. O FII captou R$ 450 milhões, integralmente de estrangeiros, e o Fip, R$ 250 milhões, sendo dois terços de investidores de fora do país. “Com a elevação dos juros esse segmento sofreu um pouco, mas ainda assim tem tido demanda por FIIs, com alguns destaques, como logística e loteamento”, afirma Artur Martins, diretor de investimentos da Planner. “Devemos lançar alguma coisa no segmento em 2015”, acrescenta o executivo. Fundos de agências bancárias também estão no radar.