10-09-2015 – 18:09:55
Para o professor especialista em finanças Rodolfo Olivo, da Fundação Instituto Administração – FIA, o rebaixamento da nota do rating soberano do Brasil com a perda de grau de investimento pela Standard em Poor’s (S&P) deve ser seguido também pelas outras duas agências internacionais, a Fitch e Moody’s. “O rebaixamento pela S&P era esperado. O que surpreendeu é que ela se adiantou, mas dado o movimento do cenário, tudo indica que no fim do ano ou início de 2016, a outras agências também rebaixem a nota do país”, diz Olivo.
Apesar da previsão, o especialista indica ações que o governo deveria tomar para tentar evitar novos rebaixamentos. “O governo está tentando, mas exige uma articulação política muito forte e uma resposta de impacto, tomando medidas de cortes profundas dos gastos mais e que tenham impacto mais imediato”, salienta. Para Olivo, o grande problema do país é a amarração política, e por conta da desunião do governo, a S&P surpreendeu o mercado com a antecipação do corte na nota. “O governo Dilma Rousseff está enfraquecido e por conta disso, fica mais difícil aprovar medidas impopulares no Congresso”, diz.
Impactos – Rodolfo Olivo destaca que um dos impactos imediatos para os investidores é a alta do dólar, já que uma série de investidores não podem investir em país sem grau de investimento. Há um tendência de projeção do mercado que o dólar passe de R$ 4 e juros possam voltar a subir. Nesta quinta-feira, 10 de agosto, o rebaixamento já gerou pressão sobre o mercado de juros futuros da BM&F. O Itaú chegou a projetar o dólar a R$ 4,25 e a inflação a 6,5% em 2016.