09-11-2016 – 17:40:15
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos terão impactos limitados no Brasil, segundo avaliação do Banco Votorantim. Em relatório assinado por Roberto Padovani, Carlos Lopes e Mariana Arbex, os especialistas destacam que, embora um cenário global de recuperação moderada do crescimento não beneficie os mercados emergentes, o fato é que o espaço para a retomada no Brasil depende mais de fatores domésticos do que externos.
Eles lembram também que um ambiente global menos exuberante aumenta a necessidade de manter a estabilidade macroeconômica e de estimular o aumento da produtividade, o que deve ser feito com o avanço de reformas. “Nosso cenário, portanto, não se altera e continuamos trabalhando com crescimento lento, tendência de depreciação moderada da taxa de câmbio, queda da inflação e ciclo longo de afrouxamento monetário”, escrevem os economistas do Banco Votorantim, que acrescentam ainda que, como o ambiente institucional nos Estados Unidos tende a inibir mudanças bruscas na gestão pública, é provável que a reação dos mercados continue sendo moderada.
Em linha semelhante, Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos, afirma que a vitória de Trump não foi suficiente para alterar sua expectativa de uma continuidade da valorização do Ibovespa à frente, “muito mais focada num cenário de ajuste fiscal interno, monitorando a PEC do Teto e o envio das Reformas da Previdência”.
Plácido diz ainda que segue acreditando num dólar mais fraco, devido às melhoras no cenário interno brasileiro e da liquidez global. Sobre inflação e juros, o especialista da XP afirma que não enxerga impactos relevantes por conta das eleições nos Estados Unidos, uma vez que a atividade econômica no Brasil segue muito fraca, com juros e inflação em queda.