11-05-2016 – 14:02:10
O novo diretor-presidente do Serpros, Cláudio Albuquerque Nascimento, e o presidente do conselho deliberativo, Antonio Carlos Melo da Silva, renunciaram aos cargos menos de duas semanas após a posse. De acordo com a Associação dos Participantes e Assistidos do Serpros (Aspas), a renúncia se deu por conta de pressão feita pela própria associação contra a posse dos dirigentes.
O presidente da associação, Paulo Coimbra, explica que o diretor-presidente escolhido pela patrocinadora não é participante do fundo, nem empregado do Serpro ou do Serpros e não possui experiência em cargos diretivos de fundos de pensão, portanto, não seria a pessoa mais indicada para assumir o cargo logo após o Serpros ter passado por um processo de intervenção de quase um ano comandado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
“Claudio chegou a demitir pessoas importantes, formadas dentro da fundação, entre elas a gerente atuarial do Serpros, Tatiana Cardoso Guimarães da Silva. Não sabemos como ficará a situação dessas pessoas com a renúncia, nem quem será o novo dirigente do fundo de pensão”, diz Coimbra, explicando que o conselho da fundação está reunido nesta quarta-feira, 11 de maio, para analisar a situação.
Intervenção – A intervenção no Serrpos teve início em maio do ano passado, sob comando do interventor designado pela Previc foi Walter de Carvalho Parente. Programado para durar apenas 180 dias, o processo de intervenção foi adiado mais de uma vez, encerrando no final de abril deste ano.
Durante o processo, foi realizado o provisionamento de R$ 160 milhões contra perdas financeiras, além de uma reestruturação da carteira do fundo de pensão, que liquidou dois fundos de R$ 3,37 bilhões que mantinha em carteira própria para gerar uma economia anual de R$ 100 mil com pagamento de taxas de administração, custódia e institucionais. Além disso, os ex-dirigentes do Serpros foram penalizados entre multas e inabilitação, de acordo com a participação da pessoa em cada um dos investimentos considerados irregulares. Os executivos também tiveram bens bloqueados.