14-03-2016 – 14:39:46
Por conta da incerteza política, que “voltou a dar o tom nas últimas semanas”, a Verde Asset avalia que o mercado retomou o comportamento de 2014. Naquele ano da eleição presidencial, a probabilidade de mudanças políticas foi a variável-chave na definição dos preços dos ativos. Agora, o mercado tenta medir as chances e os caminhos de uma mudança de governo. “Em momentos como esse de elevada volatilidade, os mercados ocasionalmente perdem a referência e criam oportunidades”, diz o mais recente relatório do fundo multimercado Verde, sob a gestão de Luis Stuhlberger. “Nesse contexto, reduzimos nossa exposição comprada em ações — tão questionada meses atrás — e aumentamos a alocação em títulos indexados à inflação”, acrescenta. Em fevereiro, o fundo Verde teve uma rentabilidade de 0,75%, contra 1% do CDI. No primeiro bimestre de 2016, o fundo sobe 1,85%, ante 2,07% do CDI. O retorno anualizado da estratégia, lançada em 1997, é de 28,58%, frente aos 15,63% do CDI.
No cenário global, o destaque do relatório do Verde é a estabilização do preço do petróleo, commodity que levou o mercado a um círculo vicioso nos últimos meses em função do colapso em seu “preço crucial”, escreve o gestor do fundo. “Toda a cadeia de crédito global, e por consequência dos bancos, foi contaminada pelo temor de uma quebradeira generalizada nesse setor”. A equipe do fundo ressalta ainda que grandes países produtores, como os árabes e a Noruega, detentores de ativos globais via fundos soberanos, se viram obrigados a vender parcela desses ativos por conta das pressões fiscais em decorrência da desvalorização da matéria-prima. “Com a estabilização do petróleo, as pressões que ali se originavam tendem a refluir — em fevereiro as correlações entre bolsas globais e o preço do petróleo bateram nos níveis mais altos em cinco anos — e na reversão desse processo os preços de ativos de risco tendem a continuar melhorando”.