Captação dos fundos de investimentos cresce 29,5% até junho de 20...

05-07-2016 – 17:52:30

 

Em 2016, até junho, a indústria de fundos de investimento registra uma captação líquida de R$ 38,1 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 29,5% na comparação com igual período do ano passado, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira. 5 de julho, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Os fundos de renda fixa lideram a captação líquida da indústria, com R$ 20,7 bilhões, seguidos pela categoria previdência aberta, com R$ 20,5 bilhões. “A perda de atratividade da poupança deve ter contribuído para captação, principalmente de produtos de menor risco, como renda fixa de baixa duração”, afirmou Carlos Ambrosio, vice-presidente da Anbima, durante teleconferência com jornalistas. O cenário de muita volatilidade no mercado, com incertezas no âmbito político, favoreceram a preferência dos investidores por produtos mais conservadores, comentou o executivo. “O investidor ainda está reticente em tomar risco e alongar a carteira. Eles estão investindo no que seria o porto seguro, aguardando um cenário um pouco melhor para fazer alocações mais estratégicas”.

Também tiveram captação positiva no primeiro semestre os fundos de participações, com R$ 5,7 bilhões, os multimercados, com R$ 2,8 bilhões, e os ETFs, com R$ 100 milhões. Por outro lado, apresentaram resgate líquido de janeiro a junho os fundos de ações, com R$ 6,1 bilhões, os fundos de direitos creditórios (FIDC), com R$ 4,8 bilhões, e os cambiais, com R$ 800 milhões.

Ambrosio destacou também que a captação da indústria foi a melhor do primeiro semestre nos últimos dois anos, o que pode ser o indicativo de uma recuperação à frente. “Está sendo mais lento do que gostaríamos, mas sem dúvida é um processo de recuperação da indústria. A expectativa é que possa ser um processo de evolução daqui pra frente”. Para o segundo semestre, o vice-presidente da Anbima espera que, com maior definição do ambiente político, “que está comandando tudo”, os investidores possam sair das posições mais conservadoras nas quais se encontram e partir para ativos de maior risco.

O executivo avalia que o primeiro ativo a ser buscado pelo investidor que estiver mais afeito ao risco nos próximos meses será a renda fixa de maior duração, seguida pelos multimercados, e pela bolsa. “Possivelmente algo que esteja represado na curta duração, pode voltar a ser alocado na previdência”, prevê.

Fundações – Na segmentação pelo perfil dos investidores, os fundos de pensão (entidades fechadas) foram os que mais resgataram ativos da indústria. Os fundos de pensão resgataram R$ 3,6 bilhões, que no caso dessa análise considera 2016 até maio. Ainda assim, foi um resgate abaixo do verificado em igual período do ano passado, quando as entidades retiraram R$ 4,4 bilhões da indústria de fundos. A outra categoria de investidor que registrou resgate de janeiro a maio foi o private, com R$ 1,7 bilhão, bem abaixo dos R$ 7,1 bilhões registrados no mesmo período de 2015. A liderança na captação por classe de investidor ficou com o poder público, com R$ 12,9 bilhões, seguido pelo varejo, com R$ 11,9 bilhões.