17-12-2015 – 17:38:20
O BlackRock ‘Investment Institute’ (BBI), braço de pesquisas da asset que tem US$ 4,5 trilhões em ativo sob gestão, aponta que em 2016 tem uma preferência pelo mercado de renda variável, ante o de renda fixa, e principalmente de empresas europeias e japonesas. Ainda assim, a expectativa é por “ganhos marginais” na maioria dos mercados de renda variável em 2016, segundo análise do BBI, que auxilia os gestores da BlackRock em suas tomadas de decisões. O euro desvalorizado, somado ao crescimento marginal da renda e o aumento do crédito interno devem impulsionar os lucros corporativos europeus em 2016, prevê o BBI. “Ao contrário dos Estados Unidos, onde os ganhos encontram-se pressionados pelo câmbio valorizado”, informa o relatório do instituto.
De acordo com o BBI, muitos ativos nos Estados Unidos já parecem ter alcançado o seu valor justo. “De maneira geral, esperamos retornos menores se comparados aos primeiros anos após a crise”, diz o instituto, que enxerga uma antecipação nos preços dos ativos ao próprio ciclo de negócios efetivamente, principalmente nos Estados Unidos. “Estamos pegando emprestado retornos futuros”, avalia o instituto.
Sobre o Japão, o instituto de pesquisas da BlackRock nota que o BoJ pode intensificar os esforços de recuperação, por meio de seu quantitative easing local. O esforço do governo japonês, junto ao aumento dos gastos públicos para conter uma eventual deflação da economia japonesa, tendem a contribuir positivamente para os lucros corporativos, destaca o BBI. “É importante notar que as corporações japonesas têm demonstrado interesse pelos direitos dos acionistas, com um crescente aumento das distribuições de dividendos e operações de recompra de ações”, afirma Cameron Watt, do BBI, em relatório.
Renda fixa – Já para os ativos de renda fixa, a avaliação do BII é que eles terão “muito pouca ou nenhuma” valorização nos próximos meses. O temor de que o aguardado inicio do ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve crie um fluxo de saída de emergentes em direção aos Estados Unidos não é compartilhado pela BlackRock. Títulos de dívida avaliados como grau de investimento em países emergentes de moeda forte, diz a asset, parecem mais atrativos em relação a títulos do governo.
“A pergunta para 2016 é se, com o aperto gradual das condições financeiras globais, os mercados serão capazes de se manter em pé sozinhos”, afirma Russ Koesterich, estrategista-chefe global do BlackRock Investment Institute, em relatório. “Exposição a empresas de qualidade, tais como companhias bem estabelecidas nas áreas de tecnologia e saúde, tem se mostrado um lastro eficaz em períodos de mudança de direção e maior vulnerabilidade”, diz o estrategista.