24-06-2015 – 16:12:03
O Banco Central recorreu da decisão que absolve o ex-presidente do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, dos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. A absolvição foi concedida pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo sob o argumento de que os interrogatórios de outros 16 réus deveriam ser refeitos por não terem sido acompanhados pela defesa de Ferreira.
Na petição do Banco Central, o procurador-geral Isaac Sidney Menezes Ferreira argumenta, contudo, que a decisão de não participar do interrogatório dos outros rés foi uma decisão do próprio Edemar Cid Ferreira. “É no mínimo estranho, então, que seja reconhecida a nulidade dos interrogatórios e da sentença em relação ao réu Edemar Cid Ferreira, quando foi ele próprio que defendeu a tese de que os réus deveriam ser ouvidos separadamente”, diz o procurador na petição. “Fica nítida, assim, a configuração de contradição uma vez que adota como premissa precedentes que sustentam a necessidade de haver interesse da parte em participar do interrogatório, mas conclui ter havido nulidade mesmo quando a parte não tinha interesse em participar dos interrogatórios e sustentava justamente o contrário”, consta na petição.