23-09-2015 – 16:54:56
A filial brasileira da sul-coreana Mirae Asset está preparando o lançamento de um fundo no exterior com foco no mercado asiático. Para isso, está estruturando um feeder local que poderá receber aplicações tanto de fundos de pensão quanto de investidores pessoa física de alta renda. O fundo local deve começar com seed money de US$ 5 milhões e deve ser lançado ainda em 2015.
Com a nova instrução CVM 555, o acesso aos fundos no exterior será facilitada para os investidores qualificados. “Com a nova 555 a demanda dos clientes de alta renda vai se multiplicar, pois não é mais necessário o tíquete mínimo de R$ 1 milhão de entrada nos fundos com 100% dos ativos no exterior”, explica Jorge Sierra, diretor comercial da Mirae Asset. A nova regra começar a valer a partir de 1 de outubro.
Além dos investidores de alta renda, o executivo acredita que os fundos de pensão devem começar a se interessar por fundos no exterior em mercados até então pouco acessados como é o caso da Ásia. “A demanda inicial das fundações teve o foco nos Estados Unidos, agora está migrando para a Europa. Acreditamos que a exposição ao mercado asiático faz sentido para diversificar a carteira”, diz Sierra.
O fundo no exterior que será acessado pelo feeder local é o Asia Great Consumer, que tem atualmente US$ 700 milhões de patrimônio. “É um fundo que aposta em empresas beneficiadas pelo crescimento populacional e pelo aumento do consumo doméstico”, comenta o diretor comercial da Mirae Asset. O benchmark é o MSCI Asia Ex-Japan (mercados asiáticos co exceção do Japão). O fundo mantém exposição em diversos países da região como China, Indonésia, Coreia do Sul, Hong Kong, Malásia, Cingapura e outros.
Tíquete mínimo – A Mirae ainda está em fase de definição do tíquete mínimo para o novo produto. “Não será muito alto, deve ficar entre R$ 50 mil e R$ 100 mil no máximo”, revela Sierra. A ideia é facilitar a entrada de maior número de investidores private.
Com a entrada de investidores de alta renda, o executivo acredita que fica mais fácil para a entrada do investidor fundo de pensão. É que as fundações não podem exceder 25% do patrimônio do fundo, segundo determina a Resolução 3792. “A participação dos institucionais será diluída entre todos os cotistas”, explica Sierra.
Quanto às incertezas em torno da desaceleração da economia chinesa, o executivo acredita que não será fator para inibir a entrada de investidores no fundo. “O produto estará voltado para o investidor de longo prazo que pretende diversificar uma parte pequena de seu portfólio”, diz o diretor comercial.
A Mirae Asset tem US$ 76 bilhões de ativos sob gestão no mundo e escritórios em 12 países, sete dos quais na Ásia, incluindo sua matriz na Coreia do Sul. No Brasil, a asset da Mirae tem R$ 600 milhões de ativos sob gestão.