
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na reunião desta quarta-feira (17/9), por unanimidade, manter a Selic em 15% ao ano. A decisão reflete as preocupações dos diretores do Banco Central com a incerteza do ambiente externo “em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos” e também do dinamismo do mercado de trabalho.
A nota do Copom, divulgada após o término da reunião, diz que “as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,8% e 4,3%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,4% no cenário de referência”.
A nota diz ainda que “os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários”.
É a segunda reunião consecutiva na qual o Copom decide pela manutenção da taxa básica de juros em 15%. Anteriormente o Copom tinha subido a Selic por sete reuniões consecutivas.