Os novos fundos instituídos | Pedidos de abertura de fundos insti...

Edição 129

Nesta última edição do ano, Investidor Institucional traz como reportagem de capa a iniciativa dos pequenos e médios produtores de cana do nordeste de criarem um fundo de pensão instituído, como forma de garantir seu padrão de vida no momento da aposentadoria. Ao contrário do que se esperava, não estão sendo as categorias profissionais mais organizadas em fortes sindicatos de trabalhadores as primeiras a partir para a criação de suas entidades previdenciárias. Antes dos produtores rurais do nordeste tivemos os engenheiros paulistas e os ex-alunos da escola de administração de empresas Getúlio Vargas.
Surpresa? Nem tanto! Uma das razões dessa inicial predominância das entidades que reúnem proprietários ou profissionais liberais em seus quadros é justamente a impossibilidade atual de se contar com aportes das empresas empregadoras nos fundos instituídos. Sem esse estímulo, os dirigentes de sindicatos de empregados de carteira assinada não vêm nesses fundos nenhuma vantagem a oferecer aos seus associados, que teriam que arcar sozinhos com a criação da sua própria poupança previdenciária da mesma forma que fariam num fundo de previdência aberta, desses vendidos no mercado. Então, se nenhuma vantagem podem oferecer, porque se arriscar a criar um produto com poucas chances de sucesso?
Já para os proprietários ou profissionais liberais, que não têm um patrão de quem reivindicar um aporte equivalente, esses fundos têm um apelo forte. Para esses, os fundos instituídos podem ser mais interessantes que os fundos abertos porque eles permitem exercer de forma organizada a pressão por seus direitos, tanto de taxas de administração mais baixas quanto de rentabilidade mais elevada. Num fundo desses, quem fala com o gestor não é uma pessoa isolada mas uma entidade que pode representar várias dezenas e até centenas de milhões de reais. É um diálogo diferente, sabem os proprietários e os profissionais liberais.
Acreditamos que a regulamentação que impediu as empresas de aportar recursos a esses fundos, em nome de seus funcionários, será aperfeiçoada na nova gestão da Previdência Complementar. Em reportagem à página 13, os participantes da equipe de transição asseguram isso.
Ps – Em meu nome e em nome de toda a equipe que faz parte da revista Investidor Institucional, gostaria de desejar a todos os nossos amigos, leitores, fontes de informação e anunciantes, nesta última edição do ano, UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO.