O FGTS nos leilões de privatização

Edição 2

Durante o Congresso da Abrapp, no Recife, o economista Paulo Rabello de Castro defendeu mais uma vez a boa idéia de transformar FGTS em moeda de privatização. Há tempos que ele se bate por essa idéia. Agora, parece que sua pregação começa a encontrar eco nas esferas governamentais.
Ao permitir o uso de FGTS nos leilões, o governo (incluindo governo federal, estados e municípios) livra-se de uma grande dívida, que não tem como pagar, e aumenta o grau de inserção do capitalismo na sociedade brasileira.
Para os trabalhadores, da mesma forma, a solução interessa, pois ao colocar seus recursos em empresas com potencial de crescimento eles podem ganhar mais do que os parcos rendimentos apresentados pelas aplicações do FGTS. Umas contas feitas por Rabello de Castro mostram que os R$ 44 bilhões do FGTS seriam cerca de R$ 150 bilhões se tivessem sido simplesmente atualizados pela correção monetária dos últimos 30 anos.
O mundo inteiro está fazendo dos seus trabalhadores co-partícipes do capitalismo, com bons resultados. O Brasil, um dos últimos países do mundo a abolir a escravatura, no século passado, não pode ser neste século um dos últimos a entender o mecanismo que faz das grandes poupanças coletivas a alavanca do desenvolvimento econômico.