Edição 79
Um dos temas mais quentes no momento é a reforma da legislação dos investimentos, a famosa 2.720 da CMN, que obriga os fundos de pensão a alterarem significativamente o rumo dos seus investimentos. A nova regulamentação obriga os fundos de pensão a enquadrar os seus ativos dentro de padrões mais rígidos de controle de risco, que muitos gestores consideram exagerados.
Também, por conta dessa preocupação com a saúde dos ativos, a nova regulamentação elevou os custos das fundações ao obrigá-las a contratar auditorias e assessorias externas. Além desses dois aspectos, muitas fundações mantêm ainda dúvidas bastante pontuais a respeito de alguns pontos da resolução, sobre como e quando aplicá-los.
Não por acaso, uma reunião convocada pela Abrapp para discutir a nova regulamentação recebeu três vezes mais pessoas do que o número inicialmente previsto. Cerca de 300 dirigentes, interessados em saber como a nova resolução iria afetar o patrimônio das suas fundações, estiveram presentes ao encontro, conforme relata nossa reportagem à página 12.
A partir desta edição, Investidor Institucional começa a dar mais destaque para a área de fundos previdenciários de estados e municípios, que está em franco crescimento e que em alguns anos deve tornar-se um dos pilares do sistema de fundos de previdência fechada. Nesta edição temos uma reportagem sobre a concorrência promovida pelo fundo da cidade de Indaiatuba (SP), para alocar R$ 22 milhões. O presidente da Suprev, Fernando Stein, já tem propostas de três gestores, mas afirma que quer ter outras antes de escolher. Além disso, cobrimos a posse da nova diretoria da Apeprem, que representa os municípios paulistas com entidades previdenciárias.
Mas a nossa matéria de capa é uma entrevista com o novo diretor de participações da Previ, Sérgio Rosa, falando do tipo de relações que acha que a fundação deve manter com o governo e a diretoria do banco: de diálogo, mas evitando as ingerências políticas indevidas desses dois poderes na gestão do patrimônio da Previ.
Por curiosidade, o artigo internacional fala justamente das mudanças na CalPERS, o fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia, que também por influências do movimento sindical estará mudando nos próximos meses sua política de investimentos. Aqui, como lá, é crescente o papel dos participantes na vida das fundações.