Consolida-se a indústria de asset

Edição 75

Tenho acompanhado atentamente as notícias envolvendo a consolidação da indústria de asset management, que apenas desde o final do ano passado já envolveu a fusão BBA/Icatu, a absorção dos fundos Matrix pelo Itaú, as compras do Credibanco e do Bozano pela UAM e Santander, respectivamente, e mais recentemente a união internacional do Deutsche/Dresdner, com reflexos no mercado nacional. É apenas o começo, como mostramos em reportagem à página 14, onde apresentamos o número mágico de R$ 2 bilhões abaixo do qual as empresas de asset management não poderão sobreviver, a não ser que se especializem em segmentos ou nichos específicos de mercado.
Esse é um tema que vai dar origem a muitas outras reportagens, daqui para a frente, como resultado das movimentações nessa indústria. Como mostramos na reportagem à página citada, há um grande número de assets sem volume, sem especialização e sem rede de varejo que mais cedo ou mais tarde entrarão nessa consolidação. O caso é que, nem sempre, essas uniões são perfeitas ou isentas de equívocos, como mostra nossa reportagem internacional à página 30.
Nessa reportagem internacional, cujas informações foram extraídas da entrevista do criador da Brinson Partners, Gary P. Brinson, à publicação Pensions & Investments, mostra-se que as estratégias equivocadas de unificação podem, às vezes, prejudicar o desempenho de companhias. A UBS Asset Management, que incorporou a Brinson Partners, conseguiu fazer com que os fundos de alto desempenho da Brinson perdessem de seus benchmarks. Agora, corrigindo a rota, a UBS está desligando a Brinson da UBS Asset Management e associando-a à inglesa Phillips&Drew, de características mais semelhantes.
As unificações são feitas para ganhar escala e reduzir custos, mas às vezes apresentam resultados inesperados, como mostra a nossa reportagem internacional. É por isso que, daqui para a frente, cada vez mais estaremos atentos à cobertura do tema.