As perdas dos fundos | Numa sucessão de problemas, indústria de f...

Edição 120

O volume de recursos perdido pela indústria de fundos de investimento nos últimos meses impressiona qualquer um. São nada menos de R$ 32 bilhões perdidos em 40 dias corridos, correspondendo a 28 dias úteis, o que dá uma média de R$ 1,12 bilhão resgatado por dia útil (ver reportagem à página 21). Muito desses recursos têm sido sacados por investidores menos esclarecidos, que estão sacando na baixa com prejuízos quando poderiam esperar a recuperação para sacar na alta. Por isso, uma campanha por parte da Anbid para acalmar o mercado teria sido oportuna e talvez tivesse evitado que as perdas chegassem à essa proporção.
Uma parte dos recursos sairia de qualquer forma, principalmente daqueles investidores que estão sacando para cobrir compromissos diversos, como é o caso dos fundos de pensão que sacam para honrar o pagamento das parcelas do Imposto de Renda acertadas com a Receita Federal, dentro do RET. Mas uma parte dos recursos que saiu poderia ter ficado, a partir de uma campanha de esclarecimento.
Falar disso agora não é falar do passado, uma vez que não se sabe se os saques realmente pararam ou apenas estão dando um soluço, para recomeçar a seguir. Portanto, a idéia de uma campanha de esclarecimento ainda continua válida.
Enquanto os fundos de investimento perdem recursos, o setor de previdência aberta recolhe os frutos do diferente tratamento tributário dado à previdência aberta e fechada. A primeira poderia colocar como participante antigo aqueles inscritos até 31 de dezembro do ano passado, portanto imunes ao pagamento do IR, o que não acontecia com a segunda. Em nossa reportagem da página 16 mostramos como muitas empresas criaram seus fundos de previdência com contribuição simbólica, para poder garantir a vantagem tributária, definindo seus planos apenas agora ou ainda mais à frente.
Escrita pelo nosso ex-editor e atual colaborador Alexandre Sammogini, a reportagem conta também o caso da Avaya, uma empresa da área de tecnologia cuja fundação encerrou seu plano fechado para abrir um PGBL dentro das regras vigentes para esse segmento até o ano passado. O pedido de fim de patrocínio da Avaya ao plano fechado está nas gavetas da SPC, aguardando decisão.