A fila andou na área de custódia

Nesta edição da revista Institucional trazemos um especial sobre o setor de custódia de valores, um mercado disputadíssimo, que traz duas grandes mudanças: a primeira é a saída do HSBC e a segunda é a entrada do BNY Mellon. O mercado de custódia de valores é um mercado de escala, no qual a operadora precisa garantir grandes volumes de recursos para poder arcar com o custo de manter a operação, que é demandante de gente especializada, sistemas caros e inovações constan-tes. O HSBC resolveu abandonar a operação, após vários anos de tentativa de ampliar o seu espaço nesse setor, que ao final do ano passado, era de pouco mais de 12% do total custodiado pelo operador líder, o Bradesco, com R$ 973 bilhões. O segundo, o Itaú, estava só algumas dezenas de bilhões abaixo, com R$ 939 bilhões. O HSBC estava com R$ 120 bilhões e, principalmente, vinha perdendo espaço em custódia de clientes locais. Comunicou sua saída do mercado, em carta aos clientes, ao final do ano passado.
Mas, como em muitos outros mercados, uns saem e outros entram. O BNY Mellon, gigante na administração fiduciária principalmente de recursos de gestores independentes, resolveu ampliar a gama de serviços e entrar também em custódia. Para isso, conseguiu anteriormente autorização do Banco Central para operar como banco múltiplo, o que permite abrir contas para depósitos de ativos e liquidação de movimenta-ções financeiras. Como diz o diretor responsável pela área no BNY Mellon, Alberto Elias, o foco inicial será na custódia de recursos de gestores independentes, que já fazem a administração com o banco.
Esta edição traz também uma entrevista com o ex-superintendente da Previc e atual presidente da Funpresp, o fundo de pensão dos servidores públicos, Ricardo Pena. Confortável no novo cargo, Pena fala dos planos da entidade. Conta que nos dois primeiros anos de atividade a gestão dos recursos será terceiri-zada a bancos públicos, o que pode ser uma postura correta num momento inicial mas que não deve se perpetuar, sob o risco de que a falta de concorrência afaste da nova entidade muitos gestores privados competentes. Pena deve saber disso, sabe da importância dos resultados dos investimentos na vida dos fundos de pensão, venham de onde vierem.