Otimismo cauteloso com Bolsa em alta

Edição 381

Melhor Gestor de Renda Variável – Luis Guedes • Vinci Compass

Luis Guedes, da Vinci Compass

Para o sócio da área de equities da Vinci Compass, Luis Guedes, o mercado de ações brasileiro vive um momento de forte valorização impulsionado por um ambiente macroeconômico mais benigno, tanto no exterior quanto no país. Segundo ele, o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos em 2025 e a expectativa de que o Banco Central brasileiro siga o mesmo caminho em 2026 criam “um cenário muito favorável para ativos de risco”. Guedes afirma que o movimento tem atraído fluxo de capital estrangeiro para o Brasil e impulsionado o Ibovespa, que “tem atingido marcas históricas acima de 155 mil pontos”.

Ganhador do Troféu Benchmark na categoria Melhor Gestor de Renda Variável, Guedes construiu uma carreira sólida ao longo de quase três décadas no mercado financeiro. Começou como estagiário na Fundação Eletrobras, em 1996, onde chegou a gerente de investimentos. Passou pela Bradesco Asset Management, onde liderou estratégias de ações no Brasil e no exterior, e foi gerente executivo de ações da Petros até 2020 e desde então integra a Vinci Compass. É graduado em administração pela UFRJ, com mestrado em economia e MBA em Finanças pelo IBMEC-RJ.

Para Guedes, o Brasil está entre os principais beneficiados pelo novo ciclo monetário global, mas ele ressalta que “é preciso cautela diante dos riscos fiscais e cambiais, que permanecem no radar e podem limitar a valorização”. Setores como infraestrutura, consumo e varejo são, na sua visão, os mais promissores nesse ambiente de juros em queda e crédito mais barato. “Esses segmentos tendem a responder mais rapidamente à melhora das condições financeiras”, observa.

Apesar do otimismo, Guedes pondera que o horizonte ainda reserva desafios. A eleição presidencial de 2026, diz ele, será “o principal fator de volatilidade futura”, com potencial para alterar o humor dos investidores. Até lá, o equilíbrio entre crescimento, inflação e responsabilidade fiscal será decisivo para sustentar o avanço da Bolsa. “O desafio é conciliar otimismo e prudência para navegar com segurança em um mercado que segue aquecido, mas atento à política e à economia global”, conclui.