O mercado visto pelo nível de emprego

Edição 381

Melhor Estragegista de Câmbio – Álvaro Frasson • BTG Pactual Asset

Álvaro Frasson, do BTG Pactual Asset

Para o estrategista macro do BTG Pactual, Álvaro Frasson, as perspectivas econômicas para o próximo ano passam por um ponto que costuma ser negligenciado em muitas análises: o nível de emprego. “O maior desafio hoje é estimar com precisão o timing de desaceleração do mercado de trabalho”, afirma. “Esse indicador é chave para entender a extensão do iminente ciclo de corte de juros no Brasil e, consequentemente, o potencial retorno dos ativos de risco doméstico, como renda fixa de long duration e ações associadas ao ciclo doméstico e alavancadas”.

Frasson foi escolhido como o Melhor Estrategista de Câmbio na eleição promovida por Investidor Institucional, sendo agraciado com Troféu Benchmark 2025. No BTG Pactual desde 2019, ele integra o time de Portfolio Solutions do banco, área voltada à análise macroeconômica e estratégia de investimentos institucionais. Graduado em Ciências Econômicas pela UDESC/ESAG, é mestre em Economia Aplicada pela UFRGS e pós-graduado em Finanças Avançadas pelo Insper. Antes de ingressar no BTG, acumulou experiência em pesquisa econômica e renda variável, atuando tanto no buy-side quanto no sell-side.

A convicção de Frasson de que o emprego é o fio condutor da política monetária ganhou força diante da atual conjuntura brasileira, marcada por juros elevados e sinais ainda incipientes de desaceleração da atividade. Em suas projeções, os dados do quarto trimestre de 2025 deverão confirmar um enfraquecimento gradual do mercado de trabalho – o ponto de inflexão que definirá se o Banco Central iniciará o corte de juros em janeiro ou março de 2026. “A defasagem dos indicadores dificulta o diagnóstico em tempo real, mas a tendência é clara: a economia vai perder fôlego, e isso abrirá espaço para a virada do ciclo”, avalia.

Num mercado acostumado a reagir aos números de inflação e juros, ele lembra que a resposta pode estar em outro lugar: na força – ou no enfraquecimento – da ocupação. Para Álvaro Frasson, é o emprego quem dita, silenciosamente, o compasso do futuro econômico brasileiro.