O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5/11), por unanimidade, manter a Selic em 15% ao ano. A decisão, que era esperada pelo mercado financeiro, considerou que a inflação continua acima da meta no horizonte relevante apesar da desaceleração da atividade econômica.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, destacou a nota do Copom.
A nota não descarta a possibilidade do comitê voltar a elevar os juros caso necessário. “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”
Além do ambiente doméstico, também o ambiente externo segue em observação. “O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica.”
Essa é a terceira reunião seguida em que o Copom mantém os juros básicos em 15% ao ano. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.
Após chegar a 10,5% ao ano em de maio do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024. A Selic chegou a 15% ao ano na reunião de julho, sendo mantida nesse nível desde então.