3/11 – Ibovespa bate novo recorde e supera 150 mil; dólar recua

O Ibovespa, principal índice da B3, superou a marca histórica dos 150 mil pontos nesta segunda-feira (3/11), encerrando o pregão em alta de 0,61%, aos 150.454 pontos. O avanço reflete o otimismo com a temporada de balanços corporativos e a expectativa de cortes na taxa Selic, além de um ambiente internacional mais favorável ao risco após o recente corte de juros nos Estados Unidos.

No Brasil, investidores esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalize a proximidade de um ciclo de redução da taxa básica de juros, o que tende a impulsionar o mercado de ações ao reduzir o custo de capital e atrair mais investidores. No cenário global, a queda de 0,25 ponto percentual nos juros americanos tem potencial de redirecionar cerca de US$ 30 bilhões da renda fixa para a variável, com parte desses recursos beneficiando mercados emergentes, como o brasileiro.

A temporada de balanços reforçou o bom humor dos investidores. O Itaú (PN) avançou 1,67%, enquanto a Petrobras (PN) subiu 1,18%, apoiada na valorização do petróleo após a Opep+ indicar que manterá os níveis de produção no início de 2026. Já a Vale, ação de maior peso do índice, registrou leve alta de 0,14%. O setor de construção civil também segue em destaque, impulsionado pelas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o teto de valor dos imóveis e a faixa de renda das famílias participantes.

Além disso, o Senado deve votar nesta quarta-feira (5) o projeto que altera a tributação sobre fintechs, bets e dividendos, e eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil — tema que mantém o mercado atento aos possíveis impactos fiscais. Mesmo com desafios no horizonte, analistas projetam continuidade da valorização do Ibovespa, com potencial de alta adicional caso a Selic comece a cair de 15% para a faixa de 12% nos próximos trimestres.

No câmbio, o dólar recuou 0,43%, cotado a R$ 5,36. A desvalorização da moeda americana refletiu o maior apetite global por risco após dados positivos da China, que impulsionaram as commodities e as moedas de países exportadores. O índice chinês PMI, de compras industriais, ficou em 50,6 pontos em outubro, acima das expectativas de 49,8, sustentando o otimismo.

O real também se beneficiou do fluxo de capital estrangeiro para a Bolsa. A expectativa de manutenção da Selic pelo Copom nesta semana e o elevado diferencial de juros em relação ao exterior seguem atraindo investidores interessados em operações de carry trade.