Pena defende diversificação das carteiras e critica “imunização”

O superintendente da Previc, Ricardo Pena, falando nesta quinta-feira (9/10) em evento promovido pela Associação dos Fundos de Pensão e Patrocinadores do Setor Privado (Apep), manifestou preocupação com a alta concentração dos investimentos dos fundos de pensão em títulos públicos. Segundo ele, “no regime de capitalização financeira faz todo sentido a diversificação (…) e quem faz gestão de portfólios sabe que, no longo prazo, a diversificação se traduz em melhor desempenho para o plano e seus participantes”.

Pena explicou que a concentração dos investimentos em títulos públicos, em busca da “imunização da carteira”, só faz sentido para alguns planos. “Um plano BD fechado, com duration encurtada, tem uma demanda por liquidez. Já para os planos de contribuição definida e de contribuição variável, com prazos de obrigações atuariais mais longas, ter a diversificação, mesmo em patamares pequenos, faz mais sentido. Isso tem de estar no radar do gestor da EFPC que toma decisões dos recursos previdenciários de terceiros”, afirmou.

Ele disse que o termo “imunização de carteira” não reflete o mundo real. “O que existe, na verdade, é uma tentativa de minimizar o risco de fluxo de caixa, realizando uma otimização para cobrir a necessidade de pagamentos. Mas a conjuntura é dinâmica, o ano que vem, por exemplo, com as eleições, de alguma forma poderá ocorrer uma reprecificação dos preços dos ativos financeiros e isso vai trazer desafios também para o gestor de plano de previdência”, afirmou.

O superintendente da Previc também alertou os dirigentes das EFPCs para a necessidade de que as entidades aprimorem a comunicação com os participantes, lançando mão de linguagem mais simples e acessível.