Economistas de instituições financeiras comentam decisão do Copom

A manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião desta quarta-feira (17/9), é comentada nos parágrafos abaixo por economistas de algumas instituições financeiras. Veja a seguir:

Para Felipe Rodrigo, economista-chefe da MAG Investimentos, o comunicado do Copom veio mais rígido que a expectativa. Após avaliar que o cenário internacional se mantém incerto e que a atividade econômica segue apresentando alguma moderação no ritmo de expansão, o Copom reduziu sua projeção de inflação para 2025 (para 4,8% vs. 4,9% anterior), manteve inalterada as estimativas para 2026 (3,6%) e para o 1º trimestre de 2027 (3,4%). Tais projeções, acima das do mercado, podem ser interpretadas como um recado mais duro do Comitê, que enxergaria queda mais lenta da inflação no horizonte relevante.

Para Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, o Copom ainda caracteriza o cenário externo como incerto e demandando cautela por parte dos países emergentes. Além disso, caracteriza a inflação como acima da meta e caracteriza as expectativas inflacionárias como desancoradas. O comunicado reforça a estratégia do BC de manter os juros significativamente contracionista durante um período bastante prolongado.

Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a decisão do Copom de manter a Selic em 15% ao ano “evidencia a cautela do Banco Central enquanto aguarda dados ainda mais consistentes sobre a ancoragem da inflação à meta para que possa iniciar o ciclo de corte de juros, que deve iniciar entre dezembro e janeiro”.

Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, a manutenção da taxa “reforça a postura de vigilância do BC, mas também indica que a autoridade monetária não enxerga espaço imediato para flexibilização, mesmo após revisões mais baixas no Focus”.