Mulheres ocupam 5,4% dos cargos de CEO do mercado de capitais

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que as mulheres representam 35,4% do mercado de capitais, mas entre os CEOs elas são apenas 5,4%. Já no nível de diretoria essa participação cresce para 20,8% e nos níveis gerenciais alcança 42,9%, o percentual mais alto no recorte feito por níveis hierárquicos.

A pesquisa “Diversidade e Inclusão no Mercado de Capitais”, divulgada pela Anbima nesta terça-feira, possui também outros recortes, como gênero, raça e pessoas com deficiências. A pesquisa avalia como as empresas percebem o engajamento do mercado com as pautas de diversidade e inclusão. Das 154 empresas que participaram da pesquisa, 55% avaliam o mercado como “engajado”, 19% como “resistente” e 26% como “indiferente”.

 “São informações inéditas e necessárias para o avanço da agenda de diversidade e inclusão. Dados transparentes e confiáveis são a base para construir iniciativas concretas. Ter tantas instituições com essas informações estruturadas e dispostas a dar transparência sobre os números mostra que o mercado está engajado na pauta”, explica o superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, Marcelo Billi.

A percepção sobre engajamento é fortemente influenciada pelas assets, que são a maioria das instituições participantes da pesquisa (73%), com 31,9% de mulheres. “O engajamento das assets aumentou muito nos últimos anos. É só notar como cresceram o número de respondentes à nossa pesquisa e a participação das instituições na rede. O desafio adicional do segmento é que estamos falando de empresas pequenas e médias, com equipes e rotatividade menores”, afirma Billi.

Nos bancos as mulheres são 43,4%, e nas corretoras e distribuidoras são 40,9%. As mulheres são maioria (52,6%) em “outros segmentos”, que inclui outras instituições do universo financeiro não abarcados pelas demais categorias.

O mercado mostra intencionalidade para buscar a equidade de gênero. A contratação com foco em grupos minorizados é implementada por 59% das instituições, com priorização de mulheres (45%). Pessoas pretas (31%) e pessoas com deficiência (28%) aparecem na sequência, seguidas de vagas para multigerações (24%) e pessoas LGBTQIA+ (14%).

“As mulheres são o público-alvo mais priorizado nas práticas de inclusão, seguidas por pessoas pretas e pardas. Essa intencionalidade reflete a postura das casas em atuar para ampliar a representação desses públicos nas equipes, alcançando um patamar mais próximo do que representam na sociedade brasileira”, analisa o superintendente.

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