Edição 371
 Em busca do estreitamento do relacionamento com seus participantes, diversas entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) vêm aderindo nos últimos tempos a programas de cashbacks. Tratam-se de operações bastante comuns no comércio, em que você concede benefícios aos consumidores no ato da compra já visando vendas futuras, como forma de fidelização.
Em busca do estreitamento do relacionamento com seus participantes, diversas entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) vêm aderindo nos últimos tempos a programas de cashbacks. Tratam-se de operações bastante comuns no comércio, em que você concede benefícios aos consumidores no ato da compra já visando vendas futuras, como forma de fidelização.
No caso previdenciário, o cashback, de forma geral, permite que o participante acumule créditos que podem ser depositados em seu plano após a realização de compras com lojas parceiras ou utilizando determinadas bandeiras de cartões de crédito. É o caso, por exemplo, da Funpresp-Exe, que desde 2021 disponibiliza esse tipo de serviço.
“Adotamos o programa porque entendemos, antes de mais nada, que é um meio de engajamento e comunicação. Para além do benefício financeiro e previdenciário, achamos importante dar aos participantes mais motivos para pensarem na Funpresp-Exe. E associar isso ao momento em que ele vai fazer uma compra é um incentivo para que confira o saldo de seu plano, faça uma aplicação e se aproxime da nossa administração”, considera a diretora de seguridade da entidade, Regina Dias.
A Funpresp-Exe se utiliza de uma parceria com a plataforma Prev4U para realizar o programa de cashback. O participante precisa se cadastrar no site da entidade e escolher algumas lojas parceiras, nas quais, ao realizar compras, acumulará certa porcentagem do valor desembolsado (a quantia vai depender do acordo com a loja parceira), que poderá ser depositada em seu plano previdenciário como contribuição facultativa, ou seja, sem cobrança de taxa.
Dias admite que o valor captado pela Funpresp-Exe por meio deste programa é “bastante tímido”, mas vê no mesmo uma ferramenta muito importante não só de fidelização, como também de atração e de educação financeira para o participante.
“Não temos grandes aportes, mas entendemos que a oferta por si só torna o nosso plano mais atraente, garantimos mais um incentivo para possíveis participantes. Além disso, nós incentivamos que este participante sempre olhe para suas contribuições ao fazer a compra, que pense em si próprio no futuro.”
 Objetivos maiores – No caso da Prevcom-SP, a situação é semelhante. A entidade utiliza o mesmo parceiro e oferece os mesmos serviços aos seus participantes. E, como a Funpresp-Exe, enxerga o programa de cashback como uma forma eficaz de estreitar o relacionamento com os beneficiários.
Objetivos maiores – No caso da Prevcom-SP, a situação é semelhante. A entidade utiliza o mesmo parceiro e oferece os mesmos serviços aos seus participantes. E, como a Funpresp-Exe, enxerga o programa de cashback como uma forma eficaz de estreitar o relacionamento com os beneficiários.
“Adotamos o programa em 2022, em comemoração aos 10 anos da entidade, com intuito de ampliar o rol de vantagens e serviços oferecidos, estar mais presente e fortalecer o laço com o participante. O cashback, muitas vezes, acaba sendo mais atrativo do que um simples desconto, porque costuma ser mais generoso. Além disso, é uma ferramenta de educação financeira, que estimula o consumo consciente”, afirma o diretor de relacionamento institucional, Ugo Garcia.
Assim como a Funpresp-Exe, a Prevcom-SP avalia que os valores capitalizados com os cerca de mil participantes inscritos no programa são bastante reduzidos e enxerga na comunicação um problema a ser resolvido.
Até por isso, a ideia é desenvolver um novo produto, a ser oferecido a partir do ano que vem, juntamente com o programa de cashback. Trata-se de um clube de benefícios que tornará tanto a oferta de produtos quanto a comunicação mais assertiva para cada participante.
“Precisamos inverter a lógica, para que a gente possa aderir aos planos do participante. Vamos trabalhar com seus dados e levar comunicação e soluções personalizadas, para que o clube de vantagens não seja apenas um e-mail que ele recebe e arquiva. O participante vai perceber que o produto que estamos ofertando levará em conta se ele é casado ou não, se tem dependente, se paga colégio para os filhos, tudo nesse sentido”, garante.
Garcia explica que ainda não há previsão de data para o lançamento do novo produto, mas relata que a entidade já está consultando empresas que ofereçam esse tipo de serviço. “O clube garantirá descontos e outros benefícios de forma facilitada, com plataforma amigável, com vantagens efetivas de acordo com as necessidades do participante. Vamos fortalecer o programa de relacionamento, para que ele opte entre descontos e cashback, o que for mais interessante.”
Sistema inovador – Outra EFPC que oferece cashback a seus participantes é a Quanta, mas este desenvolvido de forma bem diferente. No caso da entidade, o programa é viabilizado pelo instituidor, no caso as cooperativas que formam os planos oferecidos por meio de parcerias com bandeiras de cartões de crédito.
Dos três planos oferecidos pela Quanta, apenas o Cooprev, por ter características empresariais, não possui programa de cashback. O Precaver, oferecido aos cooperados da Unicred, promove aos participantes um programa em parceria com a Visa. Já o cashback do Prevcoop, oferecido aos cooperados do sistema Ailos, é realizado em parceria com a Mastercard.
“Nosso cashback é um pouco diferente, porque é viabilizado pelo instituidor. As parcerias da Visa e da Mastercard não são com a Quanta diretamente. O que negociamos é incluir a possibilidade de cashback em nossos planos previdenciários dentro das parcerias dessas bandeiras com nossos instituidores”, detalha o diretor de tecnologia e operações da Quanta, Glauco Milhomem Baltar.
O programa da entidade é um dos mais antigos e desde 2004 funciona praticamente sem alterações no regulamento. Seus participantes acumulam pontos ao realizar compras com os cartões que possuem parceria com os respectivos planos da entidade. E no momento de utilizarem esses pontos, podem optar por transformá-los em depósitos nas próprias carteiras previdenciárias.
O sistema de pontuação atual prevê que mil pontos possam ser transformados em até R$ 30, cinco mil em até R$ 170, 10 mil em até R$ 380. “No meu caso, por exemplo, os 26 mil pontos que possuo no programa poderiam gerar um aporte extra de R$ 1.092 em minha carteira”, comenta Milhomem.
Como seus colegas, o diretor vê no programa uma forma de aproximação dos participantes e estimulação à educação financeira. E ele garante que o depósito nos planos previdenciários é a melhor forma de utilizar os pontos obtidos por meio do programa de cashback. “Aqui, você não gasta a pontuação em um bem não durável, que vai perder valor no futuro. O ponto não espira, você o utiliza para rentabilizar.”
Milhomem também celebra o sucesso do programa, que vem garantindo à Quanta valores consideráveis de captação. De janeiro a outubro deste ano, a entidade teve quase R$ 7,3 milhões alocados em seus planos apenas via cashback. A expectativa é fechar o ano em R$ 10 milhões, o que representaria um crescimento de quase 20% em relação à quantia obtida no ano passado (R$ 8,1 milhões).
“A gente recebe constantemente feedbacks positivos sobre o cashback, tem fidelizado nossos participantes. Quando o programa escala dessa forma é porque as pessoas estão vendo muito valor. E queremos reforçar essa parceria estratégica. A ideia é que possamos crescer de 20% a 30% todo ano, e temos conseguido alcançar esta meta”, declara.
Por conta do sucesso, a Quanta tem intenção de estender o programa para seu terceiro plano, mas reconhece as dificuldades operacionais. “Se pudéssemos, já teríamos colocado cashback também no Cooprev. Estamos estudando a melhor forma para fazer isso, mas não é simples porque o plano não tem instituidor financeiro, são empresas, então é difícil constituir. Mas sabemos que é um dos melhores benefícios que temos aqui.”
