Edição 118
Nesta edição, a partir das próximas páginas, Investidor Institucional oferece aos seus leitores um levantamento detalhado das informações atuariais e financeiras dos fundos de pensão na posição de 31 de dezembro de 2001, o que resulta em um amplo panorama do sistema de previdência privada brasileiro. A pesquisa foi feita a partir dos dados enviados pelas próprias fundações à esta revista e, quando isso não aconteceu, utilizamos os dados dos balanços publicados por elas. Isso explica porque, nas informações de várias fundações, há a falta de alguns ítens como, por exemplo, a meta atuarial, o percentual de recursos em BD, CD e Planos Mistos etc.
Exatas 212 fundações fazem parte deste levantamento, representando um total de R$ 163 bilhões em recursos e R$ 143 bilhões em investimentos, o que representa um total de 94% dos ativos e dos investimentos do sistema. Pouquíssimas fundações em atividade deixam de figurar neste levantamento e, mesmo assim, não por nossa culpa mas por não terem enviado suas informações a tempo. Àquelas que enviaram os dados após o fechamento deste ranking e, por isso, não puderam figurar nele, pedimos nossas desculpas. Mas não poderíamos atrasar nosso calendário de publicação para incluí-las, o que prejudicaria os nossos leitores, embora reconheçamos a sua importância e o fato de que o ranking ficaria mais completo com elas!
O quadro que mostra os números consolidados do sistema indica ativos totais de R$ 163 bilhões, investimentos de R$ 143 bilhões, resultado de investimentos de R$ 14,5 bilhões, reservas matemáticas de R$ 129 bilhões e um déficit de R$ 1,7 bilhões. Na pesquisa do ano passado, com base no fechamento do balanço do ano 2000, as fundações pesquisadas acumulavam ativos totais de R$ 140 bilhões, investimentos de R$ 125 bilhões e um superávit de R$ 2,3 bilhões.
Elas cresceram 16,4% em ativos totais e 14,4% no seu programa de investimentos, mas passaram de um superávit para um déficit. Acreditamos que essa mudança reflete os maus resultados dos investimentos em renda variável auferidos por grande parte delas no ano de 2001. Vale ressaltar também que, excluindo-se o déficti da Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil, de R$ 2,04 bilhões, o resultado do sistema seria positivo.
Agradecimento – Gostaríamos de agradecer a importante colaboração do consultor Dionísio Jorge da Silva, da Consultorys, na formatação deste ranking, através da elaboração dos indicadores que permitem ao leitor ter uma visão da situação da entidade. Há mais de vinte anos participando do sistema de previdência privada, dos quais 15 como diretor da Postalis (fundo de pensão dos Correios) e os últimos seis na direção da sua empresa de consultoria, Dionísio, como é mais conhecido, é um dos técnicos de maior conhecimento do sistema de fundos de pensão.
A partir dos indicadores do Top Atuarial, quem se interessa pelo sistema pode ter uma visão bastante clara da situação de cada fundo de pensão em particular, seja em relação ao patrimônio líquido de que dispõe para cobrir suas reservas matemáticas (RM/PLC), em relação ao consumo das receitas de contribuição no pagamento das despesas previdenciárias (DPREV/RPREV), em relação ao custeio administrativo do plano (DADM/RPREV), ao custeio do programa de investimentos (ou do programa de investimentos (DADMINV/REALINV), e finalmente ao total de recursos imobilizados em ativos de baixa liquidez (IMOBREC).
O trabalho de Dionísio criando indicadores que reflitam a situação atuarial dos fundos de pensão já é sobejamento conhecida no sistema, a ponto de ele ser chamado com frequência para falar sobre esses indicadores em vários cursos, debates e conferências. Nossa parceria com ele na criação desses indicadores é uma forma de dar aos nossos leitores as melhores ferramentas para analisar e entender o sistema. Boa leitura!
Como usar os indicadores
Os elementos de uma publicação de ranking, assim como seus indicadores, devem dar uma visão clara dos principais aspectos de uma organização, seja ela uma empresa ou um fundo de pensão. No nosso caso, esses elementos procuram dar uma ampla visão de cada fundação relacionada no ranking.
Para a elaboração desse ranking foram utilizados os ítens constantes dos balanços publicados pelas fundações, ou enviados a nós diretamente por elas. A seguir, detalharemos o que representa cada indicador do balanço:
– Ativos: total de recursos da entidade, seguido dos percentuais representados por Benefício Definido (BD), Contribuição Definida (CD) e Planos Mistos.
– Patrimônio Líquido: recursos líquidos da entidade à disposição dos participantes e patrocinadores (a sua fórmula é a seguinte: Ativo Total – Passivo Operacional – Passivo Contingencial), seguido do percentual representado pelo percentual de Patrimônio Líquido de Cobertura (recursos líquidos da entidade disponíveis para cobertura das Reservas Matemáticas).
– Reservas Matemáticas: total de compromissos da entidade, seguido dos percentuais representados por Benefício Concedido, Benefício a Conceder e Reservas a Amortizar.
– Programa de Investimentos: total dos investimentos da entidade, seguido dos percentuais alocados em Renda Fixa, Renda Variável, Imóveis e Operações com participantes.
– Resultado dos Investimentos: resultados do programa de investimentos da entidade no ano, seguido do percentual de contribuição de cada tipo de investimento para esse resultado.
– Rentabilidade dos Investimentos: rentabilidade declarada pelas entidades para o total dos seus investimentos no ano, expresso no Ofício 01 enviado por elas à SPC.
– RM/PLC – indica quanto (em %) do PLC é necessário para cobrir os compromissos totais (Reservas Matemáticas) da entidade. Quanto menor for esse indicador melhor, pois demonstra que a cobertura total é possível de ser feita com sobra de recursos patrimoniais. Acima de 100% indica ausência de cobertura para os compromissos totais.
– DPREV/RPREV – Indica quanto (em %) das receitas de contribuição gastas com as despesas previdenciárias, indicando superávit ou déficit operacional do programa previdencial.
– DADM/RPREV – indica quanto (em %) de recursos previdenciários estão sendo gastos para o custeio administrativo do plano.
– DADMINV/REALINV – indica quanto (em %) de recursos de investimento estão sendo gastos para a administração da carteira de investimentos
– IMOBREC – indica quanto (em %) dos recursos da entidade estão imobilizados com ativos que possuem liquidez apenas de médio e longo prazo. Estão nesse grupo o ativo permanente, as dívidas de patrocinadores, os imóveis e as operações com participantes. Quanto menor o índice apurado, melhor para a entidade, pois indica menor parcela de ativos de baixa liquidez dentro do Patrimônio Líquido.
Ranking – Data base 31/12/2001 (arquivo em pdf)