BB reestrutura custódia | Banco do Brasil incorpora serviço que e...

Carlos Takashi

Edição 247

 

Mirando ganho de escala e entrada definitiva no mercado de custódia para terceiros, o Banco do Brasil acaba de completar um processo de reestruturação interna. A BB DTVM, que até ano passado cuidava também do serviço de custódia, está passando a função para a Diretoria de Mercado de Capitais e Investimentos (Dimec), com sede em Brasília. Além da custódia, serviços de controladoria e contabilidade também migram para a mesma diretoria do BB. Com a unificação, o Banco do Brasil espera ganhar competitividade na disputa por uma fatia maior no mercado de custódia para terceiros. 

“Existe a decisão de ir brigar no mercado de terceiros, este é um jogo aberto e estamos nos preparando para ter uma fatia maior”, anuncia o gerente executivo da Dimec, Humberto Guimaraes Miranda. Ele nega, porém, que a unificação tenha relação direta o aumento na disputa pelo mercado de custódia, que ganhou novos personagens como Caixa e BNY Mellon nos últimos meses. “Não é uma reação direta, mas um posicionamento natural. Não tinha como manter duas estruturas replicadas com todo o custo que isso significa. Não tem sentido, o mercado já não trabalha assim, não tem porque o banco insistir em funcionar de forma diferente”, defende Miranda. 

O segredo para oferecer um serviço de qualidade, segundo o gerente, é ter escala e investimento em tecnologia. E na questão de escala o Banco do Brasil pretende evoluir com a unificação das áreas de custódia. “A escala é fundamental porque as margens são cada vez menores. Na tecnologia, nós estamos no meio do processo, revendo todos os contratos com fornecedores para dar mais agilidade e flexibilidade.” A custódia feita pela BB DTVM era, em sua maioria, de ativos de terceiros; enquanto a Dimec custodia basicamente ativos do próprio banco. 

Humberto defende que além do ganho de escala, a unificação pode contribuir reduzindo riscos operacionais por redundância, aumentando a agilidade na solução de problemas e possibilitando uma especialização da equipe encarregada de custódia. 

Maior foco – Se por um lado a transferência da custódia para a Diretoria de Mercado de Capitais serve para ganho de escala e competitividade, por outro ela alivia a asset do maior banco do país. Preocupado com o foco na gestão de recursos, o presidente da BB DTVM, Carlos Massaru Takahashi, aprova a mudança. 

“Olhando para o mercado de gestão, a gente percebe que seremos cada vez mais exigidos, vamos ter que nos especializar cada vez mais para enfrentar os novos desafios. O ano de 2012 já mostrou o diferencial de uma gestão ativa e isso deve se intensificar daqui em diante”, diz Takahashi. 

Apesar do discurso de foco na gestão, a BB DTVM continua oferecendo o serviço de administração fiduciária. Mas esta pode ser mais uma mudança na divisão de tarefas entre o banco e sua asset. Perguntado se a asset continuará prestando o serviço, Takahashi se limitou a dizer que “por enquanto, sim”. A BB DTVM é, segundo o último ranking publicado pela Investidor Institucional em fevereiro deste ano, a líder no mercado nacional de administração fiduciária.