Apetite por Brasil reflete na captação com estrangeiros | Volume ...

Edição 212

O Brasil está na crista da onda para os investidores estrangeiros e, com isso, o fluxo de entrada de dólares no País se intensificou nos últimos seis meses do ano passado. O aporte nas gestoras brasileiras atingiu R$ 70,44 bilhões, alta de 40,14% em relação ao primeiro semestre de 2009. O ano passado foi de visível recuperação nas bolsas de valores, o que fez com que o patrimônio de instituições financeiras sob gestão nas assets management também subisse, atingindo R$ 53,29 bilhões, alta de 28,99% em seis meses.A BB DTVM permaneceu em primeiro lugar no ranking de investidores externos, com crescimento de 10% em seis meses, para R$ 13,29 bilhões. Segundo Carlos Takahashi, diretor executivo da gestora, a estratégia para investidores externos está atrelada a dois segmentos: private banking (investidores qualificados e pessoa física) e exportadores. “Temos uma família de fundos que dedicamos a clientes que são fortemente exportadores, que têm fluxos lá fora a serem investidos em ativos nominados risco-Brasil, quer seja risco soberano ou de bolsa”, explica Takahashi. Segundo o executivo, os fluxos comerciais se recuperaram em 2009, o que trouxe impacto positivo ao patrimônio a ser investido por essas empresas – especialmente aquelas ligadas ao setor de commodities e serviços. “Na pessoa física, tivemos trabalho forte das agências do BB no exterior, no sentido de angariar novos correntistas.” Já o HSBC Global Asset Management passou do quarto para o segundo lugar no ranking de investidores externos, com R$ 12,85 bilhões e crescimento de quase 200% nos últimos seis meses. De acordo com Mário Felisberto, diretor de investimentos da gestora, a estratégia foi vender o Brasil como oportunidade de investimento. “Conseguimos captar em Europa e Ásia, com destaque para a última, tanto em renda fixa como em ações”, diz. Ele lembra que os fundos de renda fixa para Japão chegaram a US$ 1 bilhão em 2009, saindo praticamente do zero no início do ano. “Nossos fundos de ações já eram grandes, mas tinham encolhido por causa da crise. Em 2009, conseguimos captação de mais de US$ 2 bilhões.” Do volume total de ativos de estrangeiros (em torno de US$ 7 bilhões), US$ 4 bilhões vêm da Ásia e US$ 3 bilhões da Europa. Há dois anos, a proporção era diferente, vindo ao menos 75% dos recursos da Europa. “Nossa estratégia comercial foi mais bem sucedida na Ásia. O investidor europeu ainda está mais machucado com a crise”, salienta.
Instituições Financeiras – O patrimônio de instituições financeiras sob gestão das assets subiu 28,99% em seis meses, para R$ 53,29 bilhões.Em primeiro lugar ficou a BNY Mellon ARX, com R$ 10,64 bilhões e avanço de 170% no último semestre de 2009 na comparação com o anterior. De acordo com Marcelo Xandó, diretor da Verax Serviços Financeiros, os bancos são os primeiros que voltam ao mercado após as crises, especialmente no caso dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), área em que a gestora atua.