Edição 202
Se a crise econômica já se agravou durante o primeiro semestre de 2008, a situação piorou ainda mais a partir de setembro passado. A idéia de descolamento de alguns países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil, que ainda persistia na cabeça de muita gente, definitivamente ficava para trás. O pânico existente se instalado de vez no mercado financeiro, trazendo consigo uma queda acentuada da Bolsa e grande volatilidade.Mas isso não impediu o Modal Asset Management de manter a liderança no ranking de multimercados para institucionais elaborado por Investidor Institucional, com quatro fundos excelentes. Para Alexandre Póvoa, diretor da gestora, um dos fatores cruciais para alcançar um bom desempenho foi ter previsto a volatilidade do mercado que viria após a quebra do Lehman e reduzida em quase um terço como posições dos fundos. “Essa foi uma decisão muito sábia, porque quando se perdia dinheiro, não era tanto, e te dava tranquilidade para operar racionalmente em um mercado irracional”, afirma. Na opinião do diretor do Modal Asset, quando há uma situação semelhante à segunda metade de 2008, o gestor tem uma dificuldade de diminuir posições porque senão a volatilidade do produto acaba explodindo junto com a do mercado.O outro acerto, segundo Póvoa, foi ter antecipado, ao menos parcialmente, uma queda da Bolsa. Quando a noção de descolamento por parte de alguns países começou a cair por terra e se-se que toda a economia mundial estava contaminada, a Bolsa e o real definir a desvalorizar e o Banco Central, a subir juros. Com isso, além de reduzir as posições, a ativo tinha algumas operações apostando nessa queda, capturando parte do cenário. “Passamos boa parte do segundo semestre vendido em bolsa e continuamos confiando que o BC manteria a elevação dos juros. Lá pelo finalzinho do ano, quando ficou claro que começou a ceder, conseguimos pegar a parte do fechamento do mercado de DI ”, diz Póvoa.
Estréia no furacão – Mas não é só a líder do ranking que pode se orgulhar de bons resultados em tempos de vacas magras. A Banif Nitor Asset Management, apesar de não aparecer nem entre as dez primeiras colocadas do levantamento, conseguiu algo notável. Lançado em julho de 2007, ou seja, convivendo com a crise financeira desde o seu início, o Fundo Institucionais recebeu sinal verde, tendo conquistado, desde que foi criado, um resultado de 116% do CDI. Fabio Cesar, head da área de gestão da empresa, credita esse resultado a uma administração pró-ativa, trabalhando bastante com as distorções do mercado. “Se em uma semana o fundo está todo comprado em Bolsa, menos de dez dias depois ele pode estar totalmente vendido. Temos também um limite de perdas, de modo que quando chegar em determinado momento, ele não irá desvalorizar mais”, afirma. Outra estratégia utilizada consistiu em realizar algumas operações no mercado de renda variável consideradas de renda fixa, como Box de três e de quatro pontas. Para Sérgio Ferreira, que junto com Fabio é responsável pela gestão do produto, as maiores dificuldades foram mantê-lo dentro da meta proposta e a grande volatilidade dos ativos em um curto espaço de tempo. “Mas o desempenho dele nos deixou muito animados, já que ele [o Fundo Institucionais] pegou toda a época de crise”, diz Sérgio.